Domingo: Instituído por Constantino?

Este texto foi extraído da bíblia de estudo DAKE, editora ATOS, pág. 1659
INTRODUÇÃO


Ultimamente tenho ouvido a expressão de que "o domingo é invenção da igreja católica", ou que "o domingo foi instituído por Constantino". Após ler algumas obras como o livro "Do Shabbat para o dia do Senhor", organizado por D.A Carson, descobri que na verdade, o domingo tornou-se um dia especial para os cristãos desde os tempos apostólicos, ou seja, antes mesmo da igreja católica existir. De fato, há uma verdade na afirmação de que a guarda do domingo foi historicamente decretada por Constantino, porém, muitas omissões acerca  dos escritos dos pais da igreja.

Por acaso, encontrei um pequeno artigo na bíblia de estudo DAKE, e gostaria de compartilhar. No final da postagem você pode acessar a um comentário do pastor Ciro Sanches sobre esta bíblia que trouxe tanta polêmica para os estudantes de teologia.



ARTIGO


Os discípulos de Moisés ensinam que Constantino, em 321 d.C., e a Igreja Católica, em 364 d.C., mudaram o sábado para o domingo. Os seguintes fatos da história provam que eles estão historicamente errados:

1- A Enciclopédia Britânica diz o seguinte nos verbetes "sábado" e "domingo": "Na igreja Cristã primitiva, os cristãos judeus continuaram a guardar o sábado, como os outros pontos da lei... Por outro lado, Paulo, nos primeiros dias do cristianismo dos gentios, afirmou claramente que o sábado judeu não era obrigatório para os cristãos. A controvérsia com os judaizantes levou, ao longo do tempo, à direta condenação daqueles que ainda guardavam o dia judeu... Em 321 d.C., Constantino passou o sábado cristão para o domingo, dia de desacanso para todo o Império Romano, entretanto, os cristãos o guardavam por quase 300 anos antes de Constantino fazer dele uma lei".

2- A New International Encyclopedia diz o seguinte acerca do "domingo": "Por algum tempo depois da fundação da igreja cristã, os convertidos do judaísmo ainda guardavam o sábado judeu em maior ou menor grau, a princípio, o que parecia, ao mesmo tempo, com a celebração do primeiro dia; mas, antes do fim do período apostólico, o domingo, conhecido como o dia do Senhor, estabeleceu-se totalmente como o dia especial a ser santificado (separado) pelo descanso do trabalho secular e pela adoração pública. A santificação do domingo parece, incontestavelmente, uma lei definida na igreja por volta do início do século IV; e o imperador Constantino confirmou o costume por meio de uma lei do estado".

3- A Enciclopédia Católica diz o seguinte acerca do "domingo": O domingo era o primeiro dia da semana segundo o método de cálculo dos judeus, mas, para os cristãos, ele começou a assumir o lugar do sábado judeu, nos tempos apostólicos, como o dia separado para a adoração pública e solene a Deus!. Este volume cita inúmero escritos cristãos primitivos do primeir, segundo e terceiro século para provar que o domingo era guardado pelos cristãos desde os tempos primitivos.

4- A International Standard Bible Encyclopedia diz o seguinte sobre "o dia do Senhor": "O dia do Senhor no NT ocorre somente em Apocalipse 1:10, mas, na literatura pós-apostólica, temos as seguintes referências: a Epístola de Inácio aos magnesianos, IX, 1: "Não mais guadando o sábado, mas vivendo de acordo com o dia do Senhor, no qual também a nossa luz se levantou...". Atos 2:46 representa a adoração especial como algo diário. Mas isto não poderia continuar mais... A escolha de um dia especial talvez tenha sido necessária, e este dia teria, sem dúvida, sido o domingo... Os gentios incircuncisos, no entanto, estavam livres de qualquer obrigação no sentido de guardar o sábado... Nenhuma observância de um dia especial de descanso aparece entra as "coisas necessárias" de Atos 15:28,29... Um determinado dia, como uma questão de obrigação divina, é declarado por Paulo como abandono de Cristo (Gálatas 4:9) e a observância do sábado é explicitamente condenada em Colossenses 2:16. Como uma questão de devoção individual, sem dúvida, o homem poderia fazer o que quisesse (Romanos 14:5,6), mas nenhuma regra geral como algo necessário para a salvação poderia ser compatível com a liberdade por meio da qual Cristo fez-nos livres (Gálatas 2:1-21; 3:1-14; 5:1-4,13)".

5- A seguir citamos, dos dez volumes intitulados Pais Ante-Nicenos, os escritos dos pais da igreja primitiva até 325 d.C., e antes de Constantino e a Igreja Católica, segundo suposições, terem mudado o sábado para o domingo:

(1) Inácio, bispo de Antioquia, que viveu no tempo dos apóstolos, 30-107 d.C.. Ele, como Policarpo, foi um discípulo de São João e um dos que deveriam conhecer a prática cristã entre os cristãos primitivos acerca do sábado. Ele escreveu: "E, após a observância do sábado (que os judeus guardavam), que todo amigo de Cristo guarde o dia do Senhor como uma festa, o dia da ressurreição, o principal de todos os dias da semana... no qual a nossa vida tornou a surgir, e a vitória sobre a morte foi obtida em Cristo... é irracional falar de Jesus Cristo com a língua e alimentar na mente um judaísmo que tem chegado ao fim... Se alguém pregar a lei judaica a vós, não o ouçais. Ora, é melhor dar ouvidos à doutrina cristã de um homem que é incircunciso a dar ouvidos ao judaísmo de alguém que é incircunciso" (Volume 1, pp. 63-82).

(2) Na epístola de Barnabé, reconhecido como companheiro de Paulo por Clemente, Orígenes e outros, lemos: "Ele lhes disse: "As vossas luas novas e os vossos sábados não posso suportar" (Isaías 1:13). Vós percebeis como Ele fala: Os vossos presentes sábados não são aceitáveis para mim... Farei um começo do oitavo dia, ou seja, um começo de outro mundo. Portanto, também guardamos o oitavo dia com alegria, o dia em que Jesus ressurgiu dos mortos" (Volume 1, p. 147).

(3) Justino, o mártir, um gentio que nasceu perto da fonte de Jacó por volta de 110 d.C., escreve: "E no dia que se chama domingo, todos que habitam nas cidades ou na terra reúnem-se em um lugar, e as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos... Mas o domingos é o dia em que realizamos nossa assembléia comum, porque é o primeiro dia em que Deus, tendo feito uma mudança nas trevas e nas matéria, criou o mundo; e Jesus Cristo, nosso Salvador, ressurgiu dos mortos no mesmo dia" (Volume 1, p. 186).
Neste diálogo com Trifo, um judeu, Justino, o mártit, diz: "Há alguma outra coisa, meus amigos, em que somos culpados, senão esta: que não vivemos de acordo com a lei, nem que somos circuncidados na carne como vossos antepassados, nem observamos os sábados como vós fazeis ?... Os cristão observariam a lei se não soubessem por que ela foi instituída... Ora, nós também observaríamos a circuncisão da carne, e os sábados, e sumariamente todas as festas, se não soubéssemos por que razão eles foram a vós impostos... Como pode ser isto, Trifo, que não observaríamos aqueles rituais que não nos afetam - falo da circuncisão carnal, dos sábados e das festas ?... Os gentios, que creram nele, e que se arrependeram de seus pecados... receberão a herança juntamente com os patriarcas... ainda que não tenham guardado o sábado, nem sido circuncidados, nem observado as festas... Cristo é em vão para aqueles que observam a lei... O sábado e os sacrifícios e as ofertas e as festas... chegaram ao fim naquele que nasceu de uma virgem... Mas se alguns, pela fraqueza de espírito, quiserem observar tais instituições como foram dadas a Moisés... juntamente com sua esperança em Cristo... eles provavelmente serão salvos" (Volume 1, pp. 199-218).

(4) Tertuliano, presbítero da igreja norte-africana, que nasceu por volta de 145 d.C., escreve: "O Espírito Santo repreende os judeus por causa de seus dias santos. "Os vossos sábados, e as luas novas, e as cerimônias que minha alma odeia... Por nós (cristãos), para quem os sábados são estranhos... aos gentios, cada dia de festa ocorre senão uma vez por ano: vós (cristãos) tendes um dia de festa todo oitavo dia... Os outros supõem que o sol é o deus dos cristãos, porque é um fato conhecido que nós oramos para o oriente, ou porque fazemos do domingo um dia de festa... vós, que nos reprovais com o sol e o domingo, deveríeis considerar a vossa proximidade a nós. Não estamos distantes do vosso sábado e de vossos dias de descanso... Conseqüentemente, à medida que a abolição da circuncisão da carne e da velha lei demonstra ter sido consumada em seus tempos específicos, assim também a observância do sábado demonstra ter sido temporária" (Volume III, pp. 70, 123, 155, 313, 314).

(5) Em The Teachings of the Twelve Apostles (Os Ensinos dos Doze Apóstolos), escritos por volta de 80 d.C., lemos: "Mas, em todo dia (domingo) do Senhor, vós vos reunis e partis o pão e dais graças" (Volume VII, p. 381).

(6) Nas Constituições dos Santos Apóstolos (século III), lemos: "Quebrais o vosso jejum... o primeiro dia da semana, que é o dia do Senhor... Após oito dias, que haja outra festa observada com honra, no próprio oitavo dia (Volume VII, p. 447).

(7) Em The Teachings of the Apostles (Os Ensinos dos Apóstolos), escritos em 105 d.C., lemos: "Os apóstolos, portanto, estabeleceram: ...no primeiro dia da semana que haja culto e leitura das Sagradas Escrituras, e a oblação (a ceia do Senhor): porque, no primeiro dia da semana, nosso Senhor ressurgiu sobre o mundo e ascendeu ao Céu" (Volume VIII p. 668).

(8) Irineu, 178 d.C., ao argumentar que os sábados judeus eram sinais e símbolos, e que não daveriam ser observados uma vez que a realidade era que eles eram sombras que haveriam de vir, diz: "O mistério da ressurreição do Senhor não pode ser celebrado em um outro dia que não seja o dia do Senhor e é somente nele que devemos observar o rompimento da Festa Pascal... o Pentecostes aconteceu no primeiro dia da semana e estava, portanto, associado ao dia do Senhor."

(9) Clemente de Alexandria, 174 d.C., diz: "O velho sétimo dia não se tronou nada mais do que um dia de trabalho".

(10) Teófilo, pastor de Antioquia, 162 d.C., diz: "Costume e razão desafiam-nos no sentido de que devemos honrar o dia do Senhor, vendo que foi neste dia que o nosso Senhor consumou sua ressurreição dos mortos".

(11) Orígenes, por volta de 200 d.C., diz: "João Batista nasceu para preparar um povo para o Senhor, um povo para Ele no final da aliança, agora velha, que é o fim do sábado... É uma das marcas de um perfeito cristão guardar o dia do Senhor".

(12) Vitoriano, 300 d.C., diz: "No dia do Senhor, nós partimos o nosso pão e damos graças, para que não pareçamos observar qualquer sábado juntamente com os judeus, o qual o próprio Cristo, o Senhor do sábado, em seu corpo aboliu" (Seção 4, On The Creation [Na Criação]).

6- Eusébio, o pai da história da igreja, que traçou uma história do tempo entre o crescimento de Cristo e Constantino, e que viveu de 265-340 d.C., diz: "Desde o começo, os cristão reuniam-se no primeiro dia da semana, que chamavam de o dia do Senhor, com o propósito de realizar uma adoração religiosa, ler as Escrituras, pregar e celebrar a ceia do Senhor... o primeiro dia da semana no qual o Senhor conquistou a vitória sobre a morte. Portanto, ele tem a preeminência, a primeira posição, e é mais honroso do que o sábado judeu".


FONTE E ANÁLISE

O que dizer sobre a a bíblia de estudo DAKE? É uma bíblia confiável? Existem vários artigos sobre esta bíblia na internet, os quais eu li antes de adquirir um exemplar da mesma. Então, eu gostaria de recomendar uma pequena análise do pastor Ciro Sanches sobre esta obra. O esclarecimento do pastor me foi muito útil, espero que seja para você também. 




Pr. Ciro Sanshes










28/09/2015
Julio C. S. Celestino 

30 Conselhos para jovens teólogos

Por John Frame


1. Considere que você pode realmente não ser chamado para o trabalho teológico. Tiago 3:1 nos diz que muitos de nós não devem tornar-se mestres e que os mestres serão julgados com maior rigor. A quem muito (conhecimento bíblico) é dado, muito exigido.

2. Valorize seu relacionamento com Cristo, sua família, e com a igreja acima de suas ambições de carreira. Você vai influenciar mais pessoas por sua vida do que por sua teologia. E deficiências em sua vida podem negar a influência de suas ideias, mesmo que essas ideias sejam verdadeiras.

3. Lembre-se que o trabalho fundamental da teologia é entender a Bíblia, a Palavra de Deus, e aplicá-la às necessidades das pessoas. Tudo o mais, especificação histórica e linguística, perspicácia exegética, o conhecimento da cultura contemporânea e sofisticação filosófica, deve estar subordinado a esse objetivo fundamental. Se não for assim, você pode ser aclamado como um historiador, linguista, filósofo ou crítico de cultura, mas você não vai ser um teólogo.

4. Ao fazer o trabalho da teologia (descrito no ponto acima), você tem a obrigação de construir um argumento para o que você defende. Isso deveria ser óbvio, mas a maioria dos teólogos hoje não tem a menor ideia de como fazer isso. A teologia é uma disciplina argumentativa, e você precisa saber o suficiente sobre lógica e persuasão para construir argumentos que são válidos, sólidos e persuasivos. Na teologia, não é suficiente apenas demonstrar o conhecimento da história, da cultura, ou algum outro conhecimento. Também não é o suficiente citar pessoas que concordam com você e reprovar as pessoas que discordam. Você realmente tem que construir um argumento teológico para o que você afirma.

5. Aprenda a escrever e falar de forma clara e convincente. Os melhores teólogos são capazes de apresentar ideias complexas numa linguagem simplificada. Não tente convencer as pessoas de seu conhecimento através de uma linguagem obscura, sem transparência.

6. Cultive uma intensa vida devocional e ignore as pessoas que criticam isso acusando-lhe de pietismo. Orai sem cessar. Leia a Bíblia, não apenas como Lê um texto acadêmico. Valorize todas as oportunidades de participar de cultos e reuniões de oração no seminário e aos domingos na igreja local. Dê atenção à sua “formação espiritual”.

7. Um teólogo é, essencialmente, um pregador, embora ele normalmente lide com assuntos mais emblemáticos do que pregadores lidem. Mas deve ser um bom pregador. Encontre alguma maneira de fazer a sua teologia falar ao coração das pessoas. Encontre uma maneira de apresentar o seu ensino para que as pessoas ouçam a voz de Deus nele.

8. Seja generoso com seus recursos. Passe algum tempo conversando com alunos e futuros alunos. Doe livros e artigos. Não seja mesquinho quanto à questão dos direitos autorais; conceda permissão de cópia a qualquer um que lhe pedir. Ministério primeiro, segundo dinheiro.

9. Ao criticar outros teólogos, tradições, ou movimentos, siga a ética bíblica. Não diga que alguém é um herege, a menos que você tenha um caso muito claro diante de si. Não banalize termos do tipo "outro evangelho". (As pessoas que ensinam outro evangelho estão debaixo da maldição de Deus). Não destrua a reputação das pessoas com citações erradas, fora de contexto ou tomando suas palavras no pior sentido possível. Seja gentil e gracioso, a menos que você tenha motivos irrefutáveis ​​para ser duro.

10. Quando se levantar uma controvérsia, não assuma um dos lados imediatamente. Faça algum trabalho analítico em primeiro lugar, analisando ambas as posições. Considere as seguintes possibilidades: (a) que as duas partes podem estar olhando para o mesmo problema a partir de diferentes perspectivas, mas não se contradizem; (b) ambos os labos podem estar despercebidamente desprezando um ponto que poderia fazê-los pensar de maneira conjunta; (c) que eles não se comunicam entre si porque usam os mesmos termos de formas distintas; (d) que existe uma terceira alternativa, bem melhor do que qualquer um dos pontos das posições opostas e que poderia uni-los; (e) que as suas diferenças, embora legítimas, deveriam ser toleradas na igreja, como eram as diferenças entre os vegetarianos e comedores de carne citados em Romanos 14.

11. Se você tiver uma ideia brilhante, não espere que todos possam abraça-la imediatamente. Não comece imediatamente uma facção para promovê-la. Não insulte aqueles que não apreciam o seu pensamento. Argumente delicadamente com eles, reconhecendo que você pode estar errado e talvez não tenha a humildade para assumir.

12. Não seja abusivamente crítico com tudo o que vem de uma tradição diferente. Seja humilde o suficiente para considerar que outras tradições podem ter algo a ensinar-lhe. Seja dócil antes de começar a ensiná-los. Tire a trave do seu próprio olho.

13. Esteja disposto a reexaminar sua própria tradição com um olhar crítico. É razoável pensar que qualquer única tradição tem toda a verdade ou está sempre certa. E, a menos que os teólogos desenvolvam perspectivas críticas sobre suas próprias confissões e tradições, a reunião do corpo de Cristo nunca ocorrerá. Não seja um desses teólogos que são conhecidos principalmente por tentar fazer arminianos virarem calvinistas (ou vice-versa).

14. Veja os documentos confessionais com a perspectiva adequada. É o trabalho da teologia, entre outras coisas, repensar as doutrinas das confissões e reformá-las, quando necessário, pela Palavra de Deus. Não presuma que tudo na confissão está bem resolvido para sempre.

15. Não deixe que suas críticas sejam governadas por ciúme, como quando um teólogo se acha na obrigação de ser totalmente negativo para com o sucesso de uma mega-igreja.

16. Não se torne conhecido como um teólogo que atira constantemente na direção de outros teólogos e cristãos. Os nossos inimigos são: Satanás, o mundo e a carne.

17. Proteja seus instintos sexuais. Fique longe de pornografia na Internet e relacionamentos ilícitos. Teólogos não estão imunes aos pecados que afligem outros na igreja.

18. Seja ativo em uma boa igreja. Teólogos precisam dos meios da graça, tanto quanto os outros crentes. Isto é especialmente importante quando você está estudando em uma universidade secular ou seminário liberal. Você precisa do apoio de outros crentes para se manter na perspectiva teológica adequada.

19. Obtenha sua formação básica em algum seminário que ensina a Bíblia como a Palavra de Deus. Procure familiarizar-se com a teologia das Escrituras antes de se expor (se for o caso) a formas de pensamentos não bíblicas.

20. Aprecie a sabedoria, mesmo a sabedoria teológica dos cristãos relativamente iletrados. Não seja um desses teólogos que sempre tem algo negativo a dizer quando um crente simples descreve sua caminhada com o Senhor. Não as subestime, comparando-as com Helmut Thielicke "o pedestal da iluminação". Muitas vezes, os crentes simples conhecem a Deus melhor do que você, e você precisa aprender com eles, como fez, por exemplo, Abraham Kuyper.

21. Não seja um desses teólogos que fica animado sobre cada nova tendência na política, cultura, hermenêutica, e até mesmo teologia e que acha que temos que reconstruir nossa teologia para ir junto com cada tendência. Não pense que você tem que ser um feminista, por exemplo, só porque todo mundo é. A maioria das teologias que tentam ser culturalmente mais conhecidas não são bíblicas.

22. Desconfie de todos os modismos da teologia. Quando todo mundo pula em algum movimento teológico, quer teologia narrativa, feminismo, história da redenção, lei natural, liturgia, libertação, pós-modernismo, ou o que vier, este é o tempo para despertar suas faculdades críticas. Não entre no movimento a menos que você tenha feito o seu próprio estudo. Quando uma corrente teológica surge, reflita na seguinte questão: "O que há de errado com isso?" Há sempre alguma coisa errada. Não necessariamente o mais novo é o mais correto. De fato, muitos movimentos novos se tornarão falsos passos.

23. Nosso sistema de educação em nível de doutorado requer "pensamento original", mas isso pode ser difícil de fazer, uma vez que a igreja vem estudando as Escrituras por milhares de anos. Você vai ser tentado a realizar algo que seja novo (possivelmente escrevendo uma tese que não é propriamente teológica em tudo no sentido do ponto 3). Tente fazê-lo sem sair do caminho de uma teologia verdadeira.

24. Ao mesmo tempo, não rejeite a inovação simplesmente porque é inovadora. Ainda mais, não rejeite uma ideia simplesmente porque ela não soa com o que você está acostumado. Aprenda a distinguir o “som de uma ideia” do o que ela diz de fato.

25. Seja crítico com argumentos que se transformam em metáforas ou termos técnicos extra bíblicos. Não presuma que cada um tem um significado perfeitamente claro. Normalmente, não é este o caso.

26. Aprenda a ser cético com aqueles que são céticos. Estudiosos incrédulos e liberais são tão propensos a erros como qualquer pessoa - na verdade, mais ainda.

27. Respeite os mais velhos. Nada é tão ruim do que tornar-se um jovem teólogo que despreza aqueles que têm trabalhado no campo por décadas. Desacordo é bom, desde que você reconheça a maturidade e as contribuições daqueles que você discordar. Guarde 1 Timóteo 5: 1 para o coração.

28. Teólogos jovens muitas vezes se imaginam como o próximo Lutero, assim como os meninos se imaginam como o próximo Peyton Manning* ou Kevin Garnett**. Quando eles estão velhos demais para brincar de cowboys X índios, eles querem brincar de Lutero X Papa. Quando o Papa não entra na brincadeira, eles pegam alguém e dizem: “Aqui está você”. Provavelmente Deus não te escolheu para ser o líder de uma nova Reforma. Se ele escolheu, não chame a si mesmo de "reformador". Deixe que os outros decidam se isso é realmente o que você é.

29. Decida no início de sua carreira (depois de algumas experiências) o que focar e o que não. Ao considerar oportunidades, é tão importante (talvez até mais) saber quando dizer “não” como saber quando dizer “sim”.

30. Não perca seu senso de humor. Devemos levar Deus a sério, não a nós mesmos, e certamente não a teologia. Perder o seu senso de humor é perder seu senso de proporção. E nada é mais importante na teologia do que um senso de proporção.

(Texto original aqui)

É lícito comer coisas sacrificadas aos ídolos?

Doces oferecidos a crianças e adultos no dia 27 de setembro.

Muitas pessoas têm dúvidas se é pecado consumir alimentos que são oferecidos aos ídolos. Algumas pessoas usam o texto de Romanos 14. 14 que diz: "Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesmo impura, a não ser para quem acha que é, para este somente é impura". Mas ao meu ver, existem problemas em consumir alimentos oferecidos aos ídolos.

Em primeiro lugar, digo que não é bom consumir estes alimentos por pelo menos 2 motivos:


1º - Os doces oferecidos são como um saboroso "cartão de visita" da idolatria.
2º - Adquirindo, consumindo e ensinando aos outros irmãos que não tem problema fazer isto, você estará contribuindo de alguma forma a idolatria por detrás da prática (marketing).


Em segundo lugar, Paulo afirma que se não soubermos a procedência do alimento não há problema. Mas, se soubermos, é melhor procurar outra opção de se alimentar. Confira no texto de 1 Co 10.27-28:

 "E, se algum dos infiéis vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que se puser diante de vós, sem nada perguntar, por causa da consciência. Mas se alguém vos disser: isto foi sacrificado aos ídolos, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque a terra é do Senhor, e toda a sua plenitude".

Ou seja, mesmo que o texto não esteja falando de balas de Cosme e Damião, há um princípio nele. Se eu comer doces oferecidos sem saber, tudo bem. Mas sendo cristão, e sabendo que foi oferecido, não devo comer por causa da consciência (devendo conscientizar os outros também, porque omissão também é pecado).

Seria muito estranho, ver os pais da minha igreja fazendo uma economia no bolso, indo e anunciando para os outros membros da família que o centro espírita de "fulano" está distribuindo bala para as crianças, e todos irem lá buscar. Se eu tenho a opção de comprar o alimento, não vou consumir os oferecidos (muito menos ensinar a meus filhos que podem ir lá pegar sem problemas).

A bíblia é clara ao dizer em 1ª Coríntios 10.14: "Portanto, meus amados, fugi da idolatria".

1ª Coríntios 10.18-20 diz claramente: "Vede a Israel segundo a carne; os que comem os sacrifícios não são porventura participantes do altar? Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios".

Resumindo, em Apocalipse 2.14 Jesus aponta o pecado de comer dos "sacrifícios da idolatria". Mas se o crente não tiver o que comer, o mal que havia na mente de quem ofereceu o alimento não o fará mal, pois Deus sabe de todas as coisas, e conhece a causa do faminto.

Contudo, se eu posso me alimentar fora da idolatria, por que eu iria buscar alimento lá?




Julio Celestino

Comentário de Romanos 3.31



“Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma; antes, estabelecemos a lei.”

Este versículo, que diz claramente que a fé estabelece ou confirma a lei, significa que o apóstolo Paulo está ensinando para a igreja, que mesmo tendo fé em Jesus, devemos estar debaixo da lei mosaica?
Sabemos que não somos justificados pelas obras da lei (Rm 3.19-20). Neste capítulo (e na maior parte da epístola), Paulo está tratando do assunto da justificação pela fé e não pelas obras. Mas como a Fé confirma a Lei? Apresento-lhes cinco motivos bíblicos para mostrar de que maneira a fé estabelece a lei:


1. Reconhecendo Cristo como o sujeito de seus ritos e cerimônias (Lc 24.44; Cl 2.14-17; Hb 8-10)
2. Pelo cumprimento da lei em Cristo (Mt 5.17)
3. Porque a lei nos leva à sua finalidade (Rm 10.14)
4. Por cumprir nos homens a justiça que a lei exigia, mas não podia dar (Rm 8.3).
5. Por incluir seus princípios morais e espirituais no N.T. (Hb 8.6).

Concordo com a explicação de D.L. Moody quando diz: A essência da lei da fé é que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei (Rm. 3:28). O Senhor é aquele que declara os homens justificados. Ele é o Deus, tanto de judeus como de gentios (v. 29). Ele declara que os judeus são justificados por causa da (ek) fé, e os gentios mediante a (diá) fé. Nos tais exemplos a fé é a causa da declaração de Deus. Assim ambos, judeu e gentio, encontram aceitação com Deus da mesma maneira - através de uma submissão pessoal a Ele, uma confiança pessoal nEle. Este fato não significa que a Lei seja anulada Antes, confirmamos a lei, ou estabelecemos. Ela é confirmada no seu papel de tornar os homens cônscios do pecado (v. 20). A lei confronta os homens não apenas com o seu próprio pecado, mas também com o Doador da Lei. Quando os homens confiam em Deus, o Doador da Lei, estão exatamente no lugar onde a lei tinha a intenção de colocá-los.

            Por fim, quando ouço alguém dizer que eu preciso ter fé em Jesus, e aceita-lo como meu único e suficiente salvador e usar a bíblia como a única regra de fé e prática, mas... Não posso fazer a barba, não posso usar bermuda, ou que alguém precisa usar uma roupa até determinada distância no corpo ou guardar determinado dia para salvação; ela estará ensinando que para justificação nós precisamos da Graça de Deus + alguma coisa (obras). Devemos desejar obedecer a lei de Deus, mas jamais, nenhum ser humano será justificado por ela. Ela já nos levou para a sua finalidade, Cristo Jesus.



Julio C. S. Celestino

3 Marcas de um falso evangelho


3 Marcas de um FALSO Evangelho
Citando o comentário de Romanos com Hernandes Dias Lopes

Hoje, dia 29/08/2015, lendo o comentário expositivo de Hernandes Dias Lopes, eu encontrei uma pequena porém rica análise do que não era o evangelho que apóstolo Paulo pregava e gostaria de compartilhar.

·         Em primeiro lugar, o evangelho que Paulo anuncia não é o evangelho da prosperidade.
         Hoje vemos florescer no mundo outro evangelho (Gl 1.6,7), um falso evangelho, o evangelho da prosperidade, e não o evangelho da cruz. Esse evangelho promete conforto, e não sacrifício; sucesso, e não renúncia; riquezas na terra, e não bem-aventurança no céu. Esse evangelho coloca o ser humano no centro, em vez de Deus. É antropocêntrico, e não teocêntrico. Nesse evangelho é Deus quem está a serviço do homem, e não o homem a serviço de Deus. Nesse evangelho é a vontade do homem que deve ser feita no céu, e não a vontade de Deus que deve ser feita na terra.
            O evangelho da prosperidade é um falso evangelho. Confunde prosperidade com salvação; riqueza na terra com bem-aventurança no céu. Troca a cruz pelo dinheiro; a bem-aventurança eterna pela prosperidade; a salvação pelo sucesso. Esse falso evangelho substitui a promessa das mansões celestiais pelas mansões da terra.
            O evangelho da prosperidade é popular, mas não é verdadeiro. Ele atrai multidões, mas não reconcilia o homem com Deus. Produz o entusiasmo da carne, mas não alivia a consciência da culpa. Enche o pecador de soberba em vez de levá-lo ao pó do arrependimento. Constrói castelos de areia na terra, mas não faz nenhuma provisão para o céu. Esse evangelho salso tem ludibriado muitos obreiros gananciosos, atraído muitas pessoas avarentas e afastando de Deus os incautos em vez de conduzi-los ao Salvador.




·         Em segundo lugar, o evangelho que Paulo anuncia não está centralizado em milagres e prodígios.

Há muitos falsos obreiros que pregam um evangelho apenas para aliviar a dor do corpo, e não para sarar as enfermidades da alma. Pregam cura, e não arrependimento; milagres, e não fé salvadora. Pregam sobre supostos direitos que o homem tem e não sobre a necessidade de esse mesmo homem se arrepender.
Precisamos reafirmar com toda convicção que Deus realiza milagres, pois ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Ele jamais abdicou de seu poder. Porém, o evangelho não é constituído apenas de milagres. O milagre pode abrir portas para o evangelho, mas não é o evangelho. As pessoas que mais viram milagres foram as gerações mais incrédulas. As três gerações que mais viram prodígios na História foram as pessoas que viveram nos dias de Moisés, de Elias e dos apóstolos. Essas três gerações se renderam à incredulidade. O milagre em si não é o suficiente para converter o pecador. Somente o Espírito Santo pode fazê-lo. Depois do estupendo milagre do Pentecostes, o povo ficou cheio de ceticismo, preconceito e zombaria, mas quando Pedro se levantou para pregar a Palavra os corações se derreteram.
Jesus não veio ao mundo apenas com o propósito de aliviar a dor do corpo; ele veio para salvar o homem do pecado e da ira vindoura. Sua missão principal foi morrer na crua e ressuscitar dentre os mortos para nos salvar.

·         Em terceiro lugar, o evangelho que Paulo anuncia não é o evangelho do descompromisso com o senhorio de Cristo.
 Há muitas pessoas que entram para a igreja, mas não nascem de novo. Elas fazem parte da igreja na terra, mas não da igreja do céu. Têm seu nome registrado no rol de membros da igreja, mas não no Livro da Vida. São filhos de crentes, mas não filhos de Deus. Foram batizados com água, mas não com o Espírito Santo.
São pessoas que aderiram à igreja, mas não se converteram a Cristo. Professam o nome de Cristo com seus lábios, mas o negam com suas obras. Chamam Jesus de Salvador, mas não o obedecem como Senhor. São pessoas que freqüentam a igreja, mas não mudam de vida. Professam uma coisa, mas praticam outra. Há um abismo entre o que dizem e o que fazem, entre sua teologia e sua vida.
Hoje temos visto muita adesão e pouca conversão. Muito ajuntamento e pouco quebrantamento. Muito barulho carnal e pouco choro pelo pecado. Os crentes entram para o evangelho, mas o evangelho não entra neles.
Há crentes que não têm sede de Deus nem se deleitam na Palavra de Deus. Há crentes que não oram nem se alegram em estar na cada de Deus. Ama o mundo e as coisas que há no mundo. São amigos do mundo e com ele se conformam. Há crentes que querem vivem no mundo e na igreja ao mesmo tempo. Querem servir a Deus e às riquezas. Aqueles que ainda tem apetite pelas iguarias do mundo nunca experimentaram o sabor do pão do céu, pois Jesus disse que quem comer esse pão nunca mais terá fome. Aqueles que correm para fontes do mundo jamais beberam da água da vida, pois Jesus disse que quem beber dessa água nunca mais terá sede.


Eu recomendo a leitura dos comentários expositivos de Hernandes Dias Lopes. Você pode adquiri-lo pelo site: http://hernandesdiaslopes.com.br/



Boa leitura!

O Senhor dos Reis - Daniel capítulo 2

Recomendo que acompanhe o sermão, com sua bíblia. Boa leitura.

Daniel capítulo 2


TEMA: O PODER DA ORAÇÃO E DA COMUNHÃO


INTRODUÇAO

            O capítulo 2 do livro de Daniel narra uma incrível história que ocorreu na Babilônia. Trata-se do testemunho fiel de quatro jovens, que quando tudo parecia perdido o Senhor os livrou com braço forte das investidas do mal. Esta passagem nos ensina duas coisas valiosas. Ela nos ensina o poder da oração e o poder da comunhão. Esta passagem também nos ensina que o testemunho fiel de um servo gera frutos para Deus e conseqüentemente um exemplo vivo da graça de Deus. A babilônia havia invadido e destruído Jerusalém, levando parte do povo de Deus cativo e também os utensílios do templo de Deus.
Nesse contexto de apostasia, mundanismo, infidelidade, desobediência e guerra é que Daniel cresceu. Foi nesse tempo dramático que ele viveu a sua infância e adolescência. Seria ele produto do meio? Seria ele um a mais a embrenhar-se nas sombras espessas do pecado? E nós? Como ser uma pessoa fiel a Deus num tempo assim?

SERMÃO

Daniel 2.1-3: A bíblia nos diz que no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, Deus dá uma visão ao rei, um sonho. Este sonho perturbou o seu espírito e ele perdeu o sono. Então o rei mandou chamar os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus, para que declarassem ao rei os seus sonhos.

Nós sabemos que Deus fala conosco por vários meios; Deus se apresentou a Moisés por meio de uma sarça ardente; Deus deu a revelação a Jacó de anjos que subiam e desciam uma escada que fazia uma ponte entre o céu e a terra, num deserto. O anjo do Senhor apareceu a José em sonho para lhe revelar que o Messias, o Filho gerado pelo Espírito Santo, que salvaria o seu povo de seus pecados estava no ventre de Maria. A bíblia nos mostra Deus falando ao coração do homem de várias maneiras, e declaro, com plena convicção de fé, que Deus fala aos nossos corações através da Tua palavra.

            Os magos, astrólogos, encantadores e caldeus pediram a o rei que lhes revelasse o sonho para que eles dessem a devida interpretação. Mas, Nabucodonosor era esperto, e disse que não lhes revelaria o sonho, mas que eles deveriam descobrir o que o rei sonhou, e logo em seguida que interpretassem. Com muito medo, os sábios que o rei chamou pediram novamente para que o rei contasse o sonho para que pudessem interpretar. Novamente, furioso, Nabucodonosor exigiu que eles descobrissem o que ele havia sonhado, até que os sábios disseram: “Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei; pois nenhum rei há, grande ou dominador, que requeira coisas semelhantes de algum mago, ou astrólogo, ou caldeu. Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne” (10,11).
Existe uma verdade e uma correção a ser ressaltada na resposta dos sábios: A verdade, é que de fato ninguém há sobre a terra que possa discernir o que é espiritual por si só. A pessoa pode estudar toda ciência do mundo, mas como escreveu o apóstolo Paulo em 1ª Coríntios 2.14 “... O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente”, é por isso que nos ajoelhamos perante o Pai, clamando pelo sangue de Jesus para que o Espírito Santo nos dê o discernimento. Os sábios do rei disseram que só os “deuses” podiam fazer o que Nabucodonosor lhes pediu, mas o que eles não sabiam (e o que o mundo atual não sabe) é que desde a fundação do mundo até a consumação existe só um Deus e um só Senhor, a saber Jesus Cristo o filho de Deus.
Furioso Nabucodonosor emitiu um decreto para que matassem todos os sábios, e buscaram a Daniel e seus companheiros para que fossem mortos (já que faziam parte dos sábios da babilônia). Então Daniel pediu ao rei que lhe desse tempo para que lhe pudesse dar a interpretação do sonho.

Versículo 17: “Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros; 18 Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios da Babilônia.
Temos aqui, duas atitudes importantes a se fazer em um momento difícil. A primeira é que Daniel diante de tamanho problema não se fechou, não se isolou, e nem fez como Nabucodonosor confiando em pessoas desde mundo para resolve-lo. Daniel procurou seus irmãos, seus companheiros na fé para que ajudassem na causa com suas orações. É assim que nós devemos proceder quando estamos em apuros. Não há ninguém neste mundo que conhece melhor a sua causa do que o próprio Deus; e é através da comunhão da igreja que Ele age milagrosamente para o bem daqueles que o ama. Como disse o apóstolo Paulo: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Percebam, que ele não diz “As melhores coisas”. Ele diz “Todas as coisas”, até mesmo as provações.
A segunda atitude é que Daniel solicita a seus irmãos que pedissem misericórdia ao Deus do céu. Certa feita, conversando com um colega de serviço, ele me disse que tinha vergonha de orar quando fazia uma coisa errada, e não orava. Daniel, inspirado pelo Espírito Santo acerta ao dizer para que seus irmãos pedissem por misericórdia, eles haviam sido fiéis a Deus até aquele momento, irrepreensíveis aos olhos humanos, e mesmo assim pediram por misericórdia. Isso nos ensina que não devemos, em momento algum chegarmos a Deus e pedir algum favor porque nós merecemos. Você pode se abster das coisas deste mundo como Daniel fez, pode orar três ou mais vezes por dia como Daniel orava, jejuar como Daniel jejuava e mesmo assim deve pedir uma benção a Deus por misericórdia e pela Sua graça e não por nossos próprios méritos. Ai de nós se recebêssemos de Deus àquilo que merecemos, a pior coisa que o homem pode fazer é orar a Deus dizendo “Pai, me dê tudo que eu mereço”.  Desde a queda do homem no éden o coração humano nasce inclinado para praticar o mal, mas pela graça e misericórdia, Deus enviou seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna, nos lavando em teu sangue, nos purificando de nossos pecados e ainda nos adota como filhos para com Ele morarmos na eternidade. Ou seja, peça a Deus pela sua misericórdia diariamente, Deus não pode ser colocado contra a parede.

Versículo 19: Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do céu.
Este versículo mostra, porque todos os dias, a igreja está louvando e exaltando o nome do Senhor. A igreja glorifica porque é Deus quem nos guarda, é Deus quem nos sustenta, é Deus quem nos livra das setas do inimigo, é Deus quem enviou seu Filho amado para levar sobre si o juízo de nossos pecados. É este Filho, Jesus, que nos purifica em teu sangue. Jesus é o advogado que nos defenderá naquele grande dia, onde haverá fortes testemunhas contra nós - nossas obras, omissões, nossos desejos e pensamentos. É por isso que a igreja, assim como Daniel, louva ao Senhor com toda a sua força, e por sua vez, anunciando Maranata o Senhor Jesus vem!
Agora Daniel vai de encontro a Nabucodonosor, e fala para o rei que “há um Deus no céu, o qual revela os mistérios” (28).  Em seguida, do versículo 31 ao 45 é narrado o sonho do rei e a sua interpretação. Daniel diz ao rei: “você sonhou com uma estátua, imensa, cujo esplendor era excelente que estava em pé; e a sua aparência era terrível. A cabeça da estátua era de ouro, o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e suas coxas de cobre; as pernas de ferro; e os seus pés em parte de ferro e em parte de barro.” (32-33).
Em seguida a parte mais importante da visão:
Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra.” – Daniel 2.34,35.
Cada parte da estátua que o rei viu, representava um reino, Deus estava lhe revelando o futuro da história do mundo. Nabucodonosor era o cabeça de ouro, e em seguida se levantaria outro reino poderoso e assim sucessivamente. No verso 37 Daniel revela ao rei, que todo poder que ele tem, foi dado por Deus. Nabucodonosor foi uma vara usada por Deus para corrigir seu povo; uma ferramenta de correção. Tudo fazia parte do plano soberano de Deus, e Nabucodonosor precisava entender que ele era apenas vara e não quem a manejava. Para entender isto, Deus precisou colocá-lo para viver como um animal, junto aos animais do campo posteriormente.
As profecias de Daniel se cumpriram, a Babilônia caiu sendo dominada pelos Medos e Persas, em seguida a Grécia tomou o poder e depois Roma. Não irei me aprofundar agora nestes reinos poderosos que Deus levantou, mas é oportuno dar a devida atenção a pedra, que foi cortada sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua e a esmiuçou (35-36). Esta pedra é Jesus Cristo o nosso Senhor. Mesmo, na dispensação do antigo testamento, Deus já revelara a vinda do Senhor Jesus. A babilônia, que era o reino mais poderoso da época caiu, em seguida o reino dos Medos e Persas, logo após a Grécia e Roma. Deus levantou todos estes reinos poderosos com um propósito, e o plano final de Deus para o mundo, é que venha o Rei dos reis, e Senhor dos senhores para buscar a sua igreja, e neste dia não haverá lugar para nenhum poder que não seja o poder da glória de Cristo com seu exército de anjos. Jesus voltará! Este deve ser o grito da igreja!
Para finalizar, o versículo 47 é como a cereja que é colocada no final do bolo. O testemunho correto de um servo de Deus sempre gera frutos. Daniel foi fiel a Deus em tudo, em seu momento de grande aflição, ao invés de procurar os sábios do mundo procurou seus irmãos para recorrerem juntos ao Deus do impossível. Saiba que a um coração contrito e quebrantado o Senhor não desprezará. Como disse Jesus: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6.37).
Assim diz o versículo 47: “Respondeu o rei a Daniel: Em verdade, vosso Deus é Deus dos deuses, o Senhor dos reis e revelador dos mistérios, pois pudeste revelar este mistério.”.
Este é o nosso Deus. O Deus que quando quer livrar seu servo de quaisquer perigo, o faz eficazmente. É o Deus que revela mistérios, o Deus que conhece o passado o presente e o futuro. O Deus sacrifica seu único filho para salvar pecadores e nos dá poder através do Espírito Santo a cada dia, para sermos como Cristo e seguir os Teus caminhos. É o Deus que faz até o homem mais poderoso do mundo se prostrar e confessar a Tua glória. Este é o Deus que te convida a arrepender-se de seus pecados, morrer para este mundo e viver em novidade de espírito. Louvado seja o Teu nome, para todo o sempre, amém.

Julio Celestino
28/09/2015


2ª Coríntios 3.6 – Um Convite a Ignorância


“... Porque a letra mata e o espírito vivifica.”

Julio C. S. Celestino



Parte 1

INTRODUÇÃO

“Alguns cristãos creem que a sua sinceridade os livrará do erro doutrinário. Frequentemente tenho a impressão de que os crentes em geral consideram a sinceridade de atitude como sendo mais importante do que o conteúdo da crença. Não se deprecia a necessidade de ser sincero; nenhuma pessoa sensata crê que a sinceridade deva substituir o conhecimento da verdade, pois elas não estão em contradição. O resultado desastroso de se crer numa falsidade, não importando quão sincera seja a pessoa, é que quanto maior for o grau da sinceridade, mais horrendas serão as consequências. Toda crença tem consequência, e uma convicção errada sustentada com sinceridade traz dolorosas sequelas.” - Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki.


Parte 2

UM FANTASMA DO PASSADO

         O fantasma do passado que me assombra frequentemente chama-se: ignorância. O fantasma que falo não trata-se de simplesmente ser pouco instruído nas escrituras. A ignorância teológica que falo é a situação de um cristão que, não conhece a história de sua igreja, não conhece as escrituras, e pior, não se interessa em aprender pelo menos o básico da estrutura da fé que propaga. Como se essa condição já não fosse ruim para vida de um cristão, ainda existem aqueles que não conhecem a própria bíblia e nem a história da igreja, mas por se sentirem pessoas “espirituais”, fazem afirmações e ensinam para o próximo a sua interpretação pessoal daquilo que definitivamente não conhecem como deveriam conhecer.
         Circula no meio evangélico, heresias populares geradas por tais pessoas; e a que vem me incomodando desde o início da minha vida em Cristo é dizerem que: “a letra mata e o espírito vivifica” quando o assunto é teologia. O conselho (destes) é que devemos orar para que Deus revele a mensagem além da letra, adotando, assim, as características do método alegórico de interpretação. “A letra mata e o espírito vivifica” é uma frase extraída do versículo 6 do capítulo 3 da 2ª epístola aos Coríntios, documento que o apóstolo Paulo escrevera para instruir os membros da igreja situada na cidade de Corinto.
         Texto sem contexto é pretexto; isto é incontestável. Diante desta afirmação, é inevitável que eu levante a seguinte pergunta: O apóstolo Paulo, em 2ª Coríntios 3.6, está dizendo que nós não devemos estudar teologia? Será que Paulo está dizendo que estudar a bíblia mata de alguma forma?



Parte 3

UM ERRO APONTADO POR JESUS

Em seu comentário da respectiva epístola, publicado pela editora FIEL, João Calvino declara:
Porque a letra mata. Esta passagem tem sido distorcida e interpretada erroneamente; primeiro, por Orígenes, e depois por outros, e todos eles têm contribuído para o surgimento do mais danoso erro de que as Escrituras são não só inúteis, mas também danosas, caso não sejam alegorizadas. Este erro tem sido a fonte de muitos males. Não só abriu o caminho para a corrupção do significado natural das Escrituras, como também suscitou a ousadia no campo da alegorização como a principal virtude exegética.”

Hermenêutica – A Ciência da Interpretação: É absolutamente necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase. Esta regra tem importância especial quando se trata de determinar se as palavras devem ser tomadas em sentido literal ou figuradas. Para não incorrer em erros, convém, também, deixar-se guiar pelo pensamento do escritor e tomar as palavras no sentido que o conjunto do versículo indica.
         Partindo dessa regra de hermenêutica, é recomendável ler todo o capítulo 3 de 2ª Coríntios, de preferência a epístola inteira, pois texto sem contexto é pretexto. Então, por que toda essa distorção da palavra? Não vejo outra resposta a não ser o objetivo de alimentar um erro interpretativo de um versículo isolado. Essa ideia de que estudar a bíblia mata (não sei se dizem no sentido literal ou espiritual) é um convite à ignorância; e não foi isso que o nosso Senhor Jesus nos recomendou. Veja o que Ele disse aos fariseus em Mateus 22.29:

Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”.

Jesus afirma que não conhecer as escrituras é um erro. É preciso estudá-la e conhecê-la! Dizer que um estudo das escrituras pode levar uma pessoa à morte é um erro muito grave, como eu disse, um convite à ignorância!
Agora, façamos uma breve análise do que disse Jesus:

1º Erro: Não conhecer as escrituras
2º Erro: Não conhecer o poder de Deus.

Por que Jesus colocou as escrituras em primeiro lugar? Seria as escrituras mais importantes que o próprio poder de Deus?
A resposta é simples: uma pessoa que não conhece as escrituras não saberá distinguir o que é poder de Deus e o que não é poder de Deus. Falsos mestres entram pela porta da ignorância bíblica que é deixada aberta por muitos escolhidos. Judas (da epístola de Judas) exorta sobre o preparo do cristão para combater os falsos mestres.


Parte 4

AFINAL, O QUE PAULO ESTÁ DIZENDO?

         2º Coríntios capítulo 3 – Para tentar expressar a superioridade do evangelho, Paulo faz um contraste do ministério de Moisés, que representa a antiga aliança, com o ministério do Espírito de Deus, o novo pacto (Mt 26.28). 

A letra mata, veja em Romanos 5:12,13; 7:9 e 8:2, acerca de como a Lei tende para a morte, e não para a vida. Isso não significa que a Lei é pecado, na verdade, a lei é santa (Rm 7.12), mas ela estava enferma pela carne (Rm 8.3) e por ela não somos justificados. Contudo, não há dúvida de que, por Letra, Paulo quer dizer o Antigo Testamento e, por Espírito, ele quer dizer o evangelho. Pois quando ele diz que é ministro do novo testamento [nova aliança], acrescenta imediatamente a guisa de explicação, que é ministro do Espírito e com o Espírito ele contrasta a letra.

Exposição dos versículos-chave de 2ª Coríntios cap. 3 para entender a mente de Paulo com relação Letra x Espírito:

Versos 1, 2:  “PORVENTURA começamos novamente a louvar-nos a nós mesmos? Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós, ou de recomendação de vós? Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens.”
Havia quem censurasse Paulo por tecer o seu próprio elogio (cf. 5.12), ao passo que os outros pregadores apresentavam cartas de recomendação das comunidades (cf. At 18.27+). Paulo responde que o fruto do seu apostolado, as comunidades que ele fundou, obras do Espírito, são recomendações vivas que tornam as cartas inúteis.

Verso 3: “Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.”
Literalmente “em tábuas de corações de carne”, alusão tanto ao dom da Lei em tábuas de pedra no Sinai (Ex 24.12), como às palavras de Ezequiel referentes ao coração de pedra e ao coração de carne (Ez 36.26). Esta alusão sugere que os adversários de Paulo sejam os judaizantes (cf. 11.22).

Verso 6: “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.”
A importância que os judaizantes atribuíam à Lei tinha como consequência a ideia de uma nova aliança segundo a letra, que Paulo não podia aceitar. Como ele não podia rejeitar a ideia de uma nova aliança (1Cor 11.25), era forçado a fazer distinção entre a letra e o espírito para esta nova aliança. Confira Romanos 7.7+; trata-se da “letra”, lei escrita, exterior, do AT, comparada ao Espírito, lei interior do NT, e não da oposição entre a “letra” e o “espírito” de determinado texto.


SÍNTESE


         Conforme o dito acima, não temos dúvida de que apóstolo Paulo não estava querendo dizer para a igreja de Corinto que eles não precisavam estudar as escrituras para que o Espírito Santo lhes ensinassem tudo misticamente. Paulo estava apenas explicando a superioridade da Nova Aliança fazendo um contraste entre a Letra (Antiga Aliança) e o Espírito da Nova Aliança. Paulo, definitivamente, estava falando da Lei e não da bíblia ou da teologia em si.

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