Romanos 2 - Falsos Moralistas e Judeus sob Julgamento



CAPÍTULO 2 – FALSOS MORALISTAS E JUDEUS SOB JULGAMENTO

         O principal objetivo de Paulo no capítulo 1 é mostrar que os gentios são dignos de condenação. No capítulo 2 ele se volta para os falsos moralistas e judeus, no intuito de provar que tanto os judeus quanto os gentios foram encerrados debaixo da desobediência.

Apontar erros dos outros não gera créditos com Deus se eu praticar aquilo que condeno. Isto é viver hipocritamente, e o julgamento de tais pessoas não são de acordo com a verdade. Ser exigente com os outros e complacente com nós mesmo não nos faz escapar do julgamento de Deus (1-3). Paulo segue afirmando que a graça de Deus nos é concedida para nos levar ao arrependimento. Quem deseja a graça, mas uma graça que não leva ao arrependimento, despreza a graça. (4)

Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus (2.5)

É preciso fazer escolhas segundo a vontade de Deus, perseverando em fazer o bem, mesmo que as circunstâncias façam parecer que ser honesto não é lucrativo pois, a vida não se encerra com a morte. Ou acumulamos e estocamos bons tesouros no céu, ou acumulamos a ira para o dia do julgamento. (5-7)

Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. (2.12)

Segundo Romanos a salvação é pela fé (1.16), mas o julgamento é pelas obras (2.6). Cada um será julgado segundo a luz que lhe foi revelada. Os que pecaram sem lei perecerão sem lei, assim como os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. (12)
No versículo 13 Paulo é enfático ao dizer que ser somente um ouvinte da lei não poderá ser justificado por ela, mas aquele que cumpre a lei serão justificados. Esta afirmação de Paulo é naturalmente hipotética, uma vez que nenhuma carne é justificada pela lei (3.20).



O TRIBUNAL DO ESPÍRITO SANTO NA CONSCIÊNCIA HUMANA – 2.14-16

         Deus não só revelou sua glória aos gentios através das coisas criadas, mas também instalou nas mentes humanas uma espécie de tribunal onde a nossa consciência nos acusa quando ferimos a lei de Deus ou nos defende proporcionando paz de espírito ao praticar a justiça. Por isso nós sentimos quando praticamos o mal, mesmo sem antes alguém ter dito que tal coisa era má. O versículo 16 me ensina o que costumeiramente me esqueço ao longo dos dias: Chegará o dia que Deus julgará os pensamentos secretos dos homens... Tudo que eu pensei, meus segredos mais ocultos serão revelados, ou seja, exibidos abertamente perante Deus e eu, e o padrão de justiça será o evangelho.



OS JUDEUS E A LEI: A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO
OS CRISTÃOS E O EVANGELHO: O VERDADEIRO BATISMO
17-29


ACERCA DA CONDUTA

         Do versículo 17 a diante, Paulo argumenta diretamente contra a posição dos judeus. Os judeus cometiam um erro gravíssimo que era confiar na circuncisão e no fato de serem descendentes de Abraão para a salvação. Eles achavam que pelo fato de serem descendentes de Abraão e circuncidados eles já seriam automaticamente salvos. Além de ser um equívoco, esta conduta resultava em soberba e sentimento de superioridade com relação aos gentios.
Paulo afirma que os judeus eram instruídos na lei e conheciam a vontade de Deus (17,18). Eram completamente convencidos de que eles tinham a verdade e que eram luz do mundo, instrutores de ignorantes e crianças (19,20). O problema dos judeus não era ter conhecimento da verdade de Deus, muito menos ensinar as escrituras para os ignorantes e para as crianças. O grande problema dos judeus era o falso moralismo, ou seja, ensinar e pregar uma coisa que eles não viviam. Diziam que não se deve roubar, mas roubavam; diziam que não se deve adulterar, mas adulteravam; e outras coisas mais. Por esse motivo o nome de Deus era blasfemado entre as nações.
Infelizmente este problema continua; só que na igreja. Muitos que se dizem “cristãos” pregam uma forma de vida que não condiz com sua conduta. Dizem que não se deve roubar, mas não procura pagar as dívidas, dizem que são contra a idolatria, mas idolatram homens, diz que se deve viver em santidade mas nadam na correnteza do mundo.
Na TV e nos jornais impressos, estrelas “evangélicas” mostram seu show em nome de Deus, enganando, prostituindo o evangelho, ensinando heresias incalculáveis sem viver a verdade da palavra de Deus que é a nossa ÚNICA regra de fé e prática. Desta forma, assim como nos tempos do apóstolo, por vossa causa o nome de Deus é blasfemado entre as nações (24).

ACERCA DA CIRCUNCISÃO E BATISMO (25-29)

         A partir do verso 25, Paulo ensina que a circuncisão só é válida para quem pratica a lei de Deus. Esta passagem nos ensina o real objetivo do batismo cristão através de um retrato do passado dos judeus e o triste cenário dos irmãos que acreditam que pelo fato de serem batizado e frequentarem a igreja estarão automaticamente salvos.
É oportuno dizer que assim como havia circuncisão externa e circuncisão do coração, hoje para a igreja existe o batismo nas águas e o batismo com o Espírito Santo. O batismo nas águas é um sacramento exterior que representa a regeneração. Se uma pessoa foi batizada nas águas, mas ainda não foi batizada pelo Espírito Santo, o batismo nas águas só serviu para incluí-la na lista de membros da congregação que ela reúne; porém, só com o batismo nas águas não será apta para Deus incluir seu nome no livro da vida. Resumindo, o batismo representa a regeneração, mas não é a regeneração. A bandeira do Brasil representa o Brasil, mas ela não é o Brasil, e nem pode substituir o Brasil (25-27).

         O capítulo 2 finaliza com a afirmação do apóstolo: [...] judeu não é que o é exteriormente, nem é circuncisão quem o é apenas no exterior. Mas judeu é quem o é no interior, e circuncisão é a do coração, realizada pelo Espírito, não pela letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.
Aplicando os dois últimos versículos à igreja, ficaria mais ou menos assim: [...] porque não é cristão quem o é exteriormente, nem é regenerado o que é batizado apenas no exterior. Mas cristão é quem o é no interior, e batismo eficaz é do Espírito Santo, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.

Em suma, o batismo é um sacramento importante e indispensável, mas apenas o rito não pode garantir a salvação de ninguém, a menos que aceite Jesus Cristo como seu único e suficiente salvador, sendo batizado pelo Espírito Santo e perseverando até o fim com o fruto do Espírito Santo citado em Gálatas 5. Não cometamos o mesmo erro dos judeus. 






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