Vida após a morte na Mitologia Grega - Começando a entender o nome de deidades pagãs na bíblia (Hades, Tártaro, Tanatos)
21:41
Extraído Seguindo os passos da história de
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
VIDA
APÓS A MORTE NA MITOLOGIA GREGA
A religião grega
antiga, hoje conhecida mais como mitologia grega, embora mitologia e religião
não sejam a mesma coisa, pois nem todos os mitos possuem uma ligação religiosa
no sentido de referir-se ao culto e rito. O que difere principalmente o mito da
religião, é o fato que o mito narra uma história que possa envolver ou não
algum deus ou divindade, a qual essa era cultuada por algum povo. No entanto,
independente dos deuses gregos aparecem em vários mitos, tais mitos não
explicavam propriamente o lado ritualístico e litúrgico, mas de certa forma
esboçava a crença e a fé nessas divindades.
Para nós, habitantes do
século XXI, os antigos mitos são falsos, são histórias mentirosas. No entanto,
da mesma forma que temos fé e acreditamos nas histórias contidas em livros
sagrados, esses povos do passado também tinham fé em seus deuses e acreditavam
nos mitos, embora entre os gregos já houvesse a ideia de história mentirosa.
No caso dos antigos
gregos, estes desenvolveram ritos e crenças que explicavam para onde a alma
iria após a morte do corpo, o que haveria no Além. Provavelmente vocês já devem
ter ouvido falar do Hades, do Tártaro, dos Campos Elísios e do Olimpo, mas
nesse texto apresentarei alguns assuntos já conhecidos por alguns, mas com
alguns detalhes e aspectos que passam desapercebidos.
Espíritos
e almas
Os gregos antigos já
possuíam uma noção sobre a existência de uma alma, pois consideravam locais
para onde as almas iriam após a morte. Por outro lado, eles também consideravam
a existência de fantasmas, onde era dito que se tratavam das pessoas que não
receberam os ritos fúnebres adequados, pois para eles o papel dos ritos era
mais do que simbólico, era uma forma de guiar os mortos para seu destino após a
morte, e se isso não fosse devidamente feito, as almas seriam barradas em sua
viagem e ficariam presas no mundo dos vivos, os atormentado.
Aristóteles
(384-322 a.C) dizia que o mundo e os seres vivos eram formados por uma mistura
dos quatro elementos (água, fogo, terra e ar) com éter (suposto quinto
elemento), e no caso dos seres vivos, vinha a chamada "centelha da
vida" ou "ar da vida", o qual seria uma metáfora ou alusão para
a alma. No mito de Prometeu, quando
esse criou o primeiro homem, esse o moldou do barro e lhe soprou o "ar da
vida".
A teoria atômica, surgida na Grécia Antiga, entre os filósofos Leucipo, Demócrito e depois
desenvolvida por Epicuro e Lucrécio, dizia que toda a matéria do
universo era formada por pequenas partículas invisíveis chamadas de átomos, os
quais consistiam na base da matéria, nesse caso, o corpo seria o recipiente
para a alma.
Platão
(428-347 a.C) concebia a alma como sendo imortal e divina, ele a concebia
dividida em três partes: razão, que
era personificada pela cabeça, representando a sabedoria e o conhecimento; o irascível, personificada pelo tórax que
simbolizava a impetuosidade e os sentimentos; e a concupiscência, personificada pelo ventre, representando o
desejo. Para ele a alma era perfeita e
pura, mas era corrompida pela própria pessoa por suas escolhas e desejos
errados. Platão também acreditava na reencarnação e no que ele chamava de "Mundo das Ideias", um local
transcendental onde apenas a alma poderia ir. Tal local personificaria a
verdadeira realidade em detrimento do mundo ilusório e imperfeito que era a
Terra.
Pitágoras
(570?-496 a.C) foi um importante filósofo e matemático grego, o qual defendia a
ideia de que a alma era imortal, e que após a morte, passado um tempo, a alma
reencarnaria em outro corpo. Pitágoras, segundo Bulfinch [2006] comparava a alma
com a cera, onde ele dizia que assim como a cera pode ser moldada e depois
derretida para ser reutilizada, a alma seria a mesma coisa nesse contexto. A
essência que apenas é transferida de um corpo para o outro.
Pitágoras também
acreditava na ideia da metempsicose,
literalmente a transmigração da alma humana para um corpo não humano, nesse
caso, os gregos acreditavam (pelo menos alguns) que a alma humana poderia
reencarnar no corpo de um animal. Tal crença era compartilhada por outros povos
e ainda hoje existem, especialmente entre o Hinduísmo e o Jainismo,
antigas religiões indianas. Atualmente o Hinduísmo, o Jainismo, o Budismo e o Espiritismo Kardecista, são algumas
religiões que acreditam em reencarnação e
karma.
Outro aspecto
importante era que os gregos antigos concebiam a existência de espíritos,
chamados de daemons, palavra que acabou posteriormente sendo corrompida, dando
origem a palavra demônio. No entanto, os daemons
personificavam espíritos bons (eudaimons)
e espíritos maus (kakodaimons); tais
espíritos poderiam tanto conviver com uma pessoa, como também habitavam locais
naturais e locais construídos pelos homens. As ninfas eram personificações da natureza, embora não fossem
espíritos propriamente como os daemons, já que se mostravam como seres mais
físicos. Sócrates (469-399 a.C)
embora não fala-se muito em religião, costumava dizer que seus ensinamentos e
conselhos, consistiam em palavras que ele ouvia de seu daemon.
O
Paraíso não ficava no Céu
Diferente de outras
religiões aonde geralmente o Paraíso, o local para onde vão as almas justas e
bondosas, para um descanso pacífico e alegre, o qual comumente é referido ficar
localizado num plano celestial; para os gregos antigos, o céu era o local da
morada dos deuses, mais especificamente falando do Monte Olimpo, lar dos deuses gregos.
O Monte Olimpo com seus quase três
mil metros de altitude é a montanha mais alta das Grécia e uma das mais altas
da Europa. Para os gregos antigos, o seu topo era a morada dos deuses.
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Os gregos concebiam
dois tipos de céus: Urano que
representava o céu visível, e de cor azul, e Éter o "céu superior", o qual é entendido como sendo o
espaço. Tanto Urano quanto Éter são deuses primordiais que personificam tais
lugares. No caso do Olimpo, que representava a moradia divina no Céu, era local
exclusivo dos deuses, logo, o Paraíso não ficaria lá cima, pelo menos não o
paraíso para os mortais.
O Monte Olimpo é
representando como um conjunto de esplendorosos e magníficos palácios,
geralmente diz-se que eram doze, fazendo referência aos Doze Olimpianos, ou
seja, os doze deuses que possuíam residência fixa no Olimpo, embora algumas
versões também digam que Poseidon e Hades ali possuíssem seus palácios, embora
necessariamente não residissem com frequência no Olimpo.
É descrito que na
entrada do Olimpo, se encontrava um grande e belo portão de ouro, feito pelo
próprio Hefesto, deus do fogo, das
forja e dos artífices. Os palácios eram feitos de reluzente mármore e em
algumas versões dizem que eram feitos também de cristais. Eram adornados com
ouro e prata, além de possuírem esplendorosos móveis de madeira de lei e
luxuosos tecidos, como cortinas, toalhas de mesa, almofadas, lençóis, tapetes,
etc. Havia também jardins e fontes, além de outras construções adjacentes. O
palácio de Zeus e Hera ficava acima dos demais, pois ambos eram os soberanos do
universo.
O clima era como de
primavera, no entanto o céu mudava entre dia e noite, e dependendo do humor de
Zeus poderia ficar nublado e tempestuoso. É descrito que os deuses se
alimentavam principalmente de um manjar chamado Ambrosia, um alimento doce que dizia conceder muita alegria e que
se um mortal o come-se, ganharia a imortalidade. Como bebida, os deuses
comumente bebiam Néctar, uma mística
bebida que dizia-se ser nove vezes mais doce do que o mel, mas muito saborosa.
Curiosamente, apenas
dois mortais chegaram a viver no Olimpo, o primeiro fora o príncipe troiano Ganimedes o qual fora raptado por Zeus, o qual se transformou em uma
gigantesca águia e capturou o jovem príncipe. Ganimedes fora levado ao Olimpo,
recebeu a imortalidade a fim que se torna-se o copeiro dos deuses, passando a
eternidade para servi-los. O segundo mortal a chegar ao Olimpo fora o herói Héracles (Hércules para os romanos), o
qual em seu leito de morte, fora poupado pelo seu pai Zeus, o qual lhe
concedera a imortalidade e um local no Olimpo. Héracles passou a viver entre os
deuses, casando-se como sua meia-irmã Hebe,
a deusa da juventude, outrora copeira dos deuses, substituída por Ganimedes.
O herói Belerofonte após ter derrotado a
Quimera com a ajuda de Pégaso,
chegou a voar no cavalo alado na tentativa de chegar ao Olimpo, mas Zeus
indignado com a imprudência do herói o derrubou do cavalo, porém Belerofonte
fora poupado de morrer naquele instante pela intervenção de Atena.
Na Titanomaquia, histórias que narram o confronto dos titãs contra os deuses, os titãs chegaram a tentar subir no Olimpo, mas foram repelidos pelos raios de Zeus. No caso do titã Prometeu, esse conseguiu chegar ao Olimpo, de onde roubou o fogo para dá-lo a humanidade.
Ilustração do Monte Olimpo para o jogo God of
War.
Assim, se o Céu era o
lar exclusivo dos deuses, aonde ficava o Paraíso? Mas antes de chegar a ele,
primeiro desceremos ao Inferno para conhecê-lo melhor.
O
Inferno: o Reino de Hades
Hades
Após a vitória dos
deuses contra os titãs o mundo fora dividido entre os três irmãos; Zeus o
caçula dos deuses-titãs Cronos e Reia, acabou se tornando senhor do céu
e da terra. A Poseidon, o filho do meio, este ficou com o governo dos mares, e
ao primogênito Hades a quem caberia o direito de governar o céu e a terra, lhe
restou o mundo inferior, mas pelo fato de Zeus ser o deus mais poderoso e mais
astuto que seus irmãos, soube convencê-los dessa divisão. No entanto, embora a
Hades fora legado o reino inferior, ele não era retratado como sendo um deus cruel
e revoltado, diferente do que vemos em algumas outras histórias. Poseidon, era
mais genioso e esquentado do que ele, não é por acaso que ele também era o deus
dos terremotos e das tempestades. Hades (Plutão para os romanos) era casado com
sua sobrinha, a deusa Perséfone,
filha de Zeus com a sua irmã, a deusa Deméter,
deusa da agricultura, das estações e dos alimentos.
A história de Perséfone
e Hades é um tanto trágica, pois Hades sequestrou Perséfone e a levou ao mundo
inferior a obrigando a se casar com ele, mas depois de todas as reviravoltas,
Perséfone acabou se apaixonando por Hades e aceitou se tornar sua esposa, porém
Zeus estipulou uma condição, metade do ano, Perséfone viveria com o marido no
Inferno e a outra metade ela viveria com os pais no Olimpo. Logo, o período que
marca a estadia de Perséfone com o marido, simboliza o outono e o inverno, pois
chateada, a deusa Deméter, esquece de dar as bençãos aos campos e a natureza.
Mas, quando a filha está em casa, representa a primavera e o verão, daí dizer
que Perséfone personificava a chegada da primavera.
Hades possuía alguns
epítetos bem interessantes: era chamado de o "invisível", aspecto este reforçado no mito de Perseu onde diz que o deus possuía um
capacete que concedia a invisibilidade, capacete esse que o deus emprestou a
Perseu em sua missão de encontrar a Medusa.
Era também chamado de "Senhor dos
Mundo Inferior", "Rei dos
Mortos", "Soberanos de
Muitos", "Zeus do
submundo", etc. Embora Hades não fosse um dos deuses mais cultuados,
era respeitado por sua condição como senhor dos mortos, esse aspecto é tão
marcante que o Inferno entre os gregos também era chamado de Hades, revelando a
influência do deus sobre aquele lugar, que curiosamente era o destino de quase
todos os mortais. Dizia que a vida fora dada pelos deuses, mas após a morte,
sua alma pertenceria a Hades.
Embora o Inferno fosse
um lugar sombrio e nada agradável, Hades tinha uma vantagem, era o senhor de
todas as riquezas que brotavam da terra, logo, as minas, os metais preciosos e
as pedras preciosas pertenciam a ele. Além disso, sua função não se resumia
apenas em reinar sobre o mundo inferior, mas também, julgar as almas e impedir
que elas tentassem fugir do Inferno. No jogo God of War III, depois que Kratos mata Hades, o Inferno entra em
caos, e os mortos começam a voltar para a superfície.
O
caminho para o Inferno
Quando as pessoas
morriam de uma morte sem ser grave, os deuses gêmeos, Tânatos, o deus da morte e Hipnos,
o deus do sono iam buscar a alma e conduzi-la até a entrada do Inferno. Porém,
quando a morte havia sido grave, como um assassinato ou um terrível acidente,
as deusas Queres eram as
responsáveis por irem buscar as almas, pois as Queres estavam associadas as
"mortes violentas". Em algumas versões, diz que Hermes também guiava
os mortos ao Inferno.
Um aspecto interessante
que se poder tirar dessas histórias, é que tanto Tânatos, Hipnos e as Queres
são representados como seres alados, logo, se passarmos para a Bíblia, é dito
que os anjos guiavam os mortos ao Céu e os demônios os jogavam ao Inferno, e
ambos são retratados como seres alados.
Após serem convocadas
pelos deuses, as almas eram guiadas ao mundo inferior; nos mitos existem
relatos de várias passagens que levavam até esse lugar, mas curiosamente
independente de onde essas passagens começavam, acabavam por chegar ao mesmo
local, as margens do Rio Aqueronte. O Aqueronte era um dos cinco
rios que cruzavam o mundo inferior, dizia-se que possuía afluentes na
superfície, mas sua maior parte ficava sob a terra.
Não existem muitas
descrições sobre tal rio, mas diz-se que suas águas eram sombrias, que a região
por onde ele passava no mundo inferior era escura, fria, pedregosa e inóspita.
O Aqueronte era considerado a fronteira entre o mundo dos vivos e o mundo dos
mortos, pois para se chegar ao Hades propriamente, teria que atravessá-lo, e a
única forma de fazer isso era através do barco do barqueiro Caronte. Caronte era descrito como
tendo uma aparência cadavérica e envelhecida. Era dito que era filho de Nyx, a deusa da noite.
Caronte era o
responsável por levar os recém-mortos até o Hades, porém a travessia não era de
graça, havia uma quantia a ser paga. As versões variam entre se pagar uma moeda
ou duas, mas de qualquer forma, se tal singela quantia não fosse paga, a alma
não poderia atravessar e ficaria presa no mundo dos vivos, retornando como um
fantasma, como fora dito inicialmente. No Canto VI da Eneida, poema escrito pelo poeta romano Virgílio (70-19 a.C), o qual narra as aventuras do herói troiano
Eneias; nesse capítulo, Eneias desce
ao Inferno a fim de encontrar a alma de seu pai Anquises. O herói realiza a viagem auxiliado pela sacerdotisa Sibila, a quem o guia naquele mundo. No
poema é descrito que Eneias vê várias almas postadas nas margens do Aqueronte,
quando questiona quem seriam aquelas pessoas, lhe é respondido que aqueles eram
as almas das pessoas que não haviam tido ritos fúnebres, logo suas almas não podiam cruzar o rio. Era
dito que se uma alma aguarda-se cem anos, Caronte fazia a cortesia de
atravessá-la.
Para nós, pode parecer
estranho alguém se lamentar em não poder entrar no Inferno, o problema são
dois: primeiro, é no Inferno onde as pessoas de bem seriam julgadas para irem
aos Campos Elísios, o paraíso dos mortais. Segundo, não poder realizar a
travessia, era como interromper um ciclo obrigatório, que todos os mortais
deveriam fazer, a não ser que os deuses intercedessem. As Moiras, as quais eram as deusas do destino, viviam no Inferno. Elas
eram responsáveis por determinar o destino dos mortais e por um fim em suas
vidas.
Logo, quando a alma não
podia cruzar o rio, ou ela ficava se lamentado nas margens do Aqueronte ou
retornava para a superfície indo atormentar os vivos ou se lamentar para os
mesmos. Seria um sofrimento a mais, ficar ao lado da família e dos amigos, mas
não poder interagir com eles, como uma pessoa viva.
Algumas versões dizem
que além de atravessar o rio Aqueronte,
Caronte também navegava pelo Rio Estige, outro dos cinco rios infernais, no
entanto, tais versões são menos aceitas, pois consideravam que o Estige não se
misturaria com o Aqueronte.
No mangá/anime Os Cavaleiros do Zodíaco: A Saga de Hades -
Capítulo do Inferno, Caronte é retratado como um dos cavaleiros de Hades, e
segundo a história, o rio Aqueronte era tão vasto que parecia um mar, não sendo
possível enxergar a outra margem. E apenas Caronte é quem conseguia fazer a
travessia de barco.
Porém, tendo
atravessado o rio, as almas voltavam a pisar em terra, ficando diante de um
grande portão de ferro ou de bronze, dependendo da versão; era retratado como
sendo enferrujado e bem antigo, e de aparência retorcida e sinistra. Aqueles
eram os Portões do Inferno, e do
outro lado, vigiando com seus seis olhos, estava o cão de guarda do Inferno, Cérbero.
Sobre os Portões do
Inferno, uma dos relatos clássicos sobre esse local, se encontra no Canto III da Divina Comédia, poema escrito pelo poeta italiano Dante Alighieri (1265-1321). Nesse
canto, na estrofe três, versículo nove, Dante descreve uma frase que se encontra
escrita no portão o qual seria feito de pedra e não de metal. A frase marca
propriamente o início de sua jornada pelos nove Ciclos do Inferno, assim como
ele concebe o local em seu poema. A frase que ele leu diz o seguinte: "Deixai, ó vós, que entrais, toda a
esperança!".
Cérbero era filho do
temível titã Tífon e da horrível Equidna, conhecida como a "Mãe de
todos os monstros". Cérbero é normalmente retratado como sendo um
gigantesco cachorro com três cabeças, embora seu tamanho e sua raça nunca foram
especificados, logo, dependendo de quem o represente ele pode variar de tamanho
absurdamente. Além disso, outro aspecto que o marca, é que Cérbero também era
retratado como possuindo a cauda sendo a cabeça de um dragão ou de uma
serpente, e possuindo cabeças de serpentes que brotavam de seus pescoços ou das
costas, cabeças estas que cuspiriam fogo ou veneno.
Cérbero costuma ficar
de prontidão diante dos Portões do Inferno, sempre alerta, mas curiosamente sua
função não era manter os intrusos do lado de fora, mas pelo contrário, impedir
que os mortos tentassem fugir do Inferno. Mesmo assim, não significa que
Cérbero deixa-se qualquer um entrar de bom grado no Inferno. Alguns heróis que
ali desceram tiveram que se valer de artimanhas ou da ajuda dos deuses para
poder entrar e depois sair.
Orfeu
quando desceu ao Inferno, no intuito de trazer sua esposa, Eurídicede volta a vida, fizera Cérbero adormecer ao som de sua
lira. Eneias quando ali também teve que passar, contou com a ajuda de Sibila, a
qual jogou um "bolo" para Cérbero, o qual acabou caindo no sono. Odisseu (Ulysses para os romanos), Teseu e Psiquê (esposa de Eros) também entraram no Inferno, porém os mitos
não detalham como eles fizeram para entrar e sair, com exceção de Teseu que
ficara preso e fora solto por Héracles.
Uma história conhecida
diz respeito ao décimo segundo trabalho de Héracles, o qual o rei Euristeu que lhe incumbia dos
trabalhos, lhe dera a difícil missão de capturar o cão infernal, Cérbero.
Héracles aceitou a missão e desceu ao Inferno, sendo guiado por seus irmãos Atena e Hermes. Ele passou por Cérbero e fora procurar seu tio Hades em seu
palácio, lá ele lhe falou acerca de sua vinda ali. Hades concordou, porém
Perséfone pediu para que o herói não maltrata-se o animal. Outras versões
atribuem tal pedido feito pelo próprio Hades. Héracles concordou em não usar
nenhuma arma para ferir o cão, apenas usaria sua colossal força, assim depois
de lutar contra o cachorro e subjugá-lo, Héracles o acorrentou e o carregou
sobre os ombros, o levando para a superfície, em direção a Micenas, onde
reinava Euristeu. Depois disso, o herói devolveu o cão para seu lugar.
Na Divina Comédia,
Dante retira Cérbero do seu posto diante dos portões, e o transfere para o
Terceiro Ciclo, no qual são castigados os gulosos, ou seja, os pecadores que
cometeram o pecado da gula. No entanto, a gula diferente do que comumente
pensamos em se referir apenas ao excesso em se comer alimentos, a gula também
refere-se a se beber muito, independente de ser bebidas alcoólicas ou de outro
tipo, pois em essência a gula, refere-se ao descontrole em se consumir
alimentos e bebidas.
Nesse caso, Dante diz
que Cérbero devorava os gulosos, os aprisionando em seu estômago. Tal visão
também é compartilhada pelo desenho Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya), no
capítulo do Inferno, o qual tem como inspiração a Divina Comédia.
Os
Juízes
Passando pelos portões,
as almas recém-chegadas adentravam a região infernal chamada de Érebo. Érebo, também era o nome do deus
primordial da escuridão, sendo que uma das referências dadas a essa região era
de "mundo das sombras",
por dois sentidos: primeiro, por ser escura, e segundo, porque os mortos também
eram chamados de sombras. Pelo Érebo correm os rios Estige e o Cócito, o rio das lamentações.
O poeta grego Homero, autor da Ilíada e da Odisseia,
utiliza a referência "sombra" para referir-se aos mortos. Na
Odisseia, Odisseu acaba tendo que ir ao Inferno para encontrar a alma do
vidente Tirésias o qual lhe poderia
ajudar a encontrar o caminho de volta para sua casa, na ilha de Ítaca. Odisseu diz que viu várias
sombras do seus companheiros de guerra enquanto andava pelo Érebo.
Na Eneida, Eneias e
Sibila avistam várias almas se lamentando no chamado "Campo das Lamentações" que ficaria em algum lugar do
Érebo. No poema, Eneias tem a infelicidade de encontrar a falecida rainha Dido, a quem outrora havia amado e
quase chegara a se casar com esta. Dido havia cometido suicídio, pois Eneias a
abandonara. E agora passaria a eternidade vagando pelo Érebo em profundo
remorso.
Atravessando os campos
sombrios e estéreis do Érebo, as almas recém-chegadas, são guiadas por
demônios, ou pelas Queres, ou pelas Erínias,
deusas da tortura, da vingança, do rancor e do castigo. Embora, Hades e
Perséfone fossem os soberanos do lugar, necessariamente eles não presidiam os
julgamentos, para isso havia três juízes que cuidavam desses assuntos.
Pintura retratando as Erínias
perseguindo Orestes. Orestes era filho do rei Agamêmnon, e depois que
descobriu que sua própria mãe havia assassinado o seu pai, decidiu vingá-lo,
então Orestes a matou junto com seu amante que havia participado da
conspiração. Porém, as Erínias foram pessoalmente atormentar o príncipe, pois
tal ato não era justificável.
|
Na Eneida, Virgílio
descreve que Eneias e Sibila percorreram uma estrada pedregosa até chegaram a
um grande portão de bronze, o qual dava entrada para o tribunal do juiz Minos.
O local é descrito como um grande pátio, guardado por uma hidra de cinquenta
cabeças. Ao centro se encontrava uma grande mesa, sentada atrás dessa, estava Minos e diante dele a fila dos
recém-chegados. No pátio, também havia um grande buraco, o qual dava acesso ao Tártaro, a parte mais profunda do
Inferno, como veremos mais a frente. Eneias questiona para Sibila o quão
profundo estaria o Tártaro, e essa responde que ele estava mais longe de seus pés
do que o céu de sua cabeça.
Os três juízes do
Inferno não eram deuses, mas sim mortais que receberam essa recompensa e dever.
Minos, em vida fora o rei de Creta,
o mesmo que ordenara a construção de um labirinto, projetado por Dédalo, onde ele aprisionou o monstro
chamado Minotauro. Embora fosse
considerado um tirano para os
atenienses, era considerado um bom monarca para seu povo. Minos era filho de
Zeus e da princesa fenícia Europa.
O segundo juiz era
irmão de Minos, este se chamava Radamanto.
A Radamanto é lhe atribuído a origem das leis cretenses, pois o mesmo era um
homem justo e honesto. Radamanto acabou tendo que fugir de Creta, devido a
inveja que Minos nutria por ele. Porém, quando morreu, Zeus o nomeou juiz do
Inferno, assim como seu irmão.
O terceiro juiz era Éaco, o qual era filho de Zeus e da
ninfa Egina. Éaco se tornou rei da ilha de Egina, a qual fora homenageada
com o nome de sua mãe. Éaco casara-se com Endeis
com quem teve dois filhos, Peleu e Telamon, respectivamente, os pais de Aquiles e Ajax, logo, Éaco era avô desses heróis. Éaco era descrito como
tendo sido um governante honesto e justo, e isso lhe rendeu indicação para
assumir o terceiro cargo de juiz no Inferno. Éaco também é retratado tendo em
mãos, as Chaves do Inferno.
Pintura antiga, retratando os
três Juízes do Inferno. Da esquerda para direita: Radamanto, Minos
e Éaco.
|
Cada um dos juízes
realizava um julgamento específico. Éaco julgava as almas dos europeus;
Radamanto julgava as almas dos asiáticos, porém, dependendo das versões, uns
atribuem a Éaco também julgar as almas dos africanos e outras atribuem tal
dever a Radamanto, pois, Éaco julgaria o Ocidente e Radamanto o Oriente, logo,
a África oscilava entre essas duas perspectivas para os gregos antigos. Quanto
a Minos, esse dava o veredicto final.
Na Divina Comédia,
Dante e Virgílio encontram Minos no Segundo Ciclo. No poema ele exerce sua
função de juiz, condenando os pecadores de acordo com seus pecados a cada um
dos ciclos.
Não há relatos claros
dizendo se cada um dos juízes possuíam seu próprio tribunal ou ambos julgavam
em um só tribunal. Em Os Cavaleiros do Zodiaco: A Saga de Hades, os três juízes
são também cavaleiros, e cada um possui seu tribunal.
Mas, independente de
não se saber se cada um possuía seu tribunal, o mesmo ficaria na região do
Érebo, local onde a maioria dos mortos vagavam pela eternidade. Além de ser
também o local onde Hades e Perséfone e outros deuses do Mundo Inferior
possuíam seus palácios.
O julgamento feito
pelos três juízes sentenciariam as almas a três locais:
·
Érebo:
Ou seja, em geral a grande maioria das almas ficavam residindo no próprio
Érebo, vagando como "sombras" por aqueles campos obscuros. Ao meu
ver, tal sentença seria um "meio-termo", pois não seria tão pavoroso
e sofrível como ir para o Tártaro, mas por outro lado, não seria bom como ir
para os Elísios.
·
Tártaro:
Para lá eram enviadas as pessoas que foram muito cruéis em vida, grandes
pecadoras ou que tiveram afrontado os deuses.
·
Campos
Elísios: As almas boas e bem-aventuradas, seriam enviadas
para esse local de paz e felicidade.
O
Tártaro
Tártaro era também o
nome de um deus primordial, ligado ao local da morte. Era filho do deus Caos, o deus primordial. Tártaro chegou
a ter alguns filhos com Gaia, deusa
da terra, sendo um deles, o terrível titã Tífon,
considerado o mais poderoso dos titãs. No entanto, Tártaro também era o nome
dado ao local mais profundo da terra, e normalmente era descrito como sendo uma
prisão envolta em escuridão. O poeta grego Hesíodo,
dissera que o Tártaro era cercado por um gigantesco muro de bronze. Já Virgílio
na Eneida, dissera que eram três grandes muralhas que cercavam o local, e além
disso, o Tártaro seria um lugar muito quente e abafado, pois um dos rios do
inferno, o Flegetonte, o rio de
fogo, por ali passaria.
Pintura retratando o Tártaro. Ao
centro ficaria uma espécie de fortaleza ou cidade, onde eram castigados os
condenados.
|
No passado, Cronos, o
deus do tempo e um dos titãs, nascidos de Urano e Gaia, foi incentivado por sua
mãe a destronar seu pai, pois Urano tinha horror aos seus filhos, e os
aprisionou no Tártaro. No entanto, Gaia conseguiu libertá-los e Cronos liderou
seus irmãos, assim ele usurpou o trono do pai Urano, e depois o castrou.
No entanto, Cronos
também chegou a prender alguns dos seus irmãos, como os ciclopes-uranianos, os Hecatônquiros
(gigantes de cinquenta cabeças e cem braços) e outros gigantes no Tártaro, pois
os considerava como abominações. Porém, assim como seu pai foi destronado, foi
previsto que Cronos teria o mesmo destino, e com isso ele passou a engolir os
próprios filhos, os aprisionando em seu estômago. Porém, sua esposa Reia,
conseguiu poupar o caçula, Zeus. Zeus cresceu escondido em uma ilha, e quando
chegou a fase adulta foi confrontar seu pai. Após conseguir libertar seus
irmãos do estômago do pai, Zeus reuniu os deuses, libertou os gigantes presos
no Tártaro e iniciaram uma guerra. Com a vitória dos deuses, os titãs que
apoiaram Cronos, assim como ele, foram todos jogados de volta ao Tártaro, sendo
definitivamente presos pelo resto da eternidade.
Como pode se ver, desde
o início o Tártaro já apresentava uma função de prisão, e após a vitória dos
deuses, ele não apenas voltou a abrigar os titãs e outros monstros, mas também
passou a ser o local para onde os maiores pecadores e criminosos era enviados.
De fato, alguns consideram o Tártaro como sendo a verdadeira essência do
Inferno.
Lá, segundo conta
Virgílio, do alto de uma torre, ficava em constante vigília a Erínia, Alecto, a qual seu nome significa
"interminável", uma referência ao sofrimento eterno que aqueles
condenados teriam que suportar. Virgílio, também dissera que as Górgonas (Medusa, Euríale e Esteno),
como também hidras, quimeras e demônios, atormentavam os condenados no Tártaro.
Curiosamente os
castigos oferecidos no Tártaro não são bem descritos nos mitos. Sabe-se que os
titãs ficavam acorrentados, e em algumas versões, ficariam presos dentro de
poços, algo que Dante fizera alusão em seu poema, no Oitavo Ciclo, quando
encontrara alguns gigantes presos dentro de poços. Mas, diferente de Dante que
soube detalhar os castigos sofridos em sua versão do Inferno, na mitologia
grega, alguns dos castigos são um tanto peculiares, e os três mais famosos,
dizem respeito a três mortais.
Tântalo
era um rei que fora agraciado com a honra de realizar um banquete aos deuses,
porém acabou matando um de seus filhos e servindo sua carne no banquete. Os
deuses descobriram terrível ato, então Zeus matou Tântalo e o restante de seus
filhos. O rei fora condenado diretamente ao Tártaro, onde fora aprisionado em
um poço com água até a altura do pescoço. Seu castigo, fora sofrer de fome e
sede pelo resto da eternidade. Toda vez que Tântalo tentasse beber água, o poço
se secava. E toda vez que ele tenta-se pegar um dos frutos que se encontrava em
uma árvore sobre o poço, o vento afastava os galhos dele.
No caso de Sísifo, esse fora rei de Corinto, e
existem muitas versões sobre sua vida e os crimes que cometera, desde
adultério, tentativa de matar o próprio irmão, delatar Zeus, e enganar o deus
Tânatos e o deus Hades. Com isso, ele fora condenado ao Tártaro, a ter que
empurrar ou carregar uma pedra de mármore montanha acima, mas quando se
aproximava do topo, uma força jogava a pedra abaixo, e Sísifo, tinha que voltar
todo o trajeto e começar tudo de novo. O castigo de Sísifo era realizar todos
os dias, todas as horas, todo o tempo a mesma árdua tarefa, pelo resto da
eternidade. Tal história originou o provérbio "trabalho de Sísifo", onde a rotina se torna uma
tortura.
Íxion
fora um traiçoeiro rei que para se casar com Dia, filha de Eioneu, prometera
como dote, seus melhores cavalos, mas depois de realizado o casamento, Íxion
não deu o dote, isso levou Eioneu a se irar, o qual tomou a força o dote
prometido, Íxion, se irou e jurou vingança. Ele acabou engando o sogro e o
trancou dentro de uma casa, onde a queimou. O mesmo acabou se arrependendo e
enlouqueceu. Porém, posteriormente, Zeus lhe restituíra a sanidade e realizara
um banquete para ele, no entanto, Íxion já embriagado, começou a cortejar Hera.
A deusa revoltada com aquilo, fora contar para seu marido. Zeus pediu que Néfele, a deusa das nuvens, cria-se uma
nuvem na forma de Hera e a envia-se para Íxion. O tolo mortal achando que a
rainha dos deuses cedera a suas investidas, a possuiu. Segundo o mito, tal
nuvem teria dado origem aos centauros. Porém, Zeus indignado com a afronta que
Íxion havia feito a sua esposa, o matou e o lançou ao Tártaro, onde o mesmo
fora preso em uma roda em chamas, condenado a girar nesta pela eternidade.
O Tártaro para alguns
estudiosos se assemelharia mais a ideia de Inferno, passada pelas religiões
abraâmicas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo), como sendo um local quente,
cheio de fogo, fumaça e enxofre, onde os gritos de dor dos pecadores eram
ouvidos, enquanto demônios os castigavam severamente.
Os
Campos Elísios
Os chamados Campos
Elísios, lugar onde o vento sereno de Zéfiro
(deus do vento oeste) sopra, onde prados verdejantes se estendem além da onde a
vista alcança. Um lugar onde sempre é dia (em algumas versões diz-se que a
noite existe), onde parece que a primavera não vai embora, pois os bosques são
verdejantes e cheio de frutas e os campos ficam coloridos com as flores
silvestres. Um lugar onde as pessoas cantam, dançam, leem, declamam poesias,
praticam exercícios, correm, brincam. Um lugar onde não há dor, sofrimento, e
nenhum sentimento ruim e pecaminoso. Um lugar, onde as pessoas vivem em paz e
felizes.
Tais campos são na
mitologia grega, o que concebemos como Paraíso em outras religiões, como já
fora dito anteriormente nesse texto. Mas, um fato interessante é que a localização
dos Elísios não é certa. Virgílio, diz que tais campos ficavam no próprio
Hades, pois fora para lá que Eneias e Sibila se dirigiram para encontrar
Anquises. No jogo God of War: Chains of
Olympus, os Campos Elísios também ficavam localizados no Hades. No jogo,
também diz que o pilar que sustenta o mundo se encontra nos Elísios, e esse pilar
era a base do Monte Olimpo.
Em alguns mitos
antigos, os Elísios seriam cercados por gigantescas muralhas, a fim de
separá-lo do Érebo. E tal lugar seria governado pelo juiz Radamanto. E tendo
como guardião o próprio Cronos. Porém, tal versão não fora muito aceita
posteriormente, pois Cronos estava preso no Tártaro, e não seria poupado de
seus crimes, no entanto, os Elísios mesmo assim se manteriam no Inferno.
Porém, para outros
poetas como Homero, Hesíodo e Píndaro
(522-443 a.C), os Elísios não ficariam no mundo inferior, mas seriam ilhas
localizadas no Ocidente, no Mar Oceano,
nome dado ao atual Oceano Atlântico. Hesíodo, chega a se referir aos Campos
Elísios como Ilhas dos Afortunados
ou Ilhas dos Bem-aventurados. Homero
refere-se ao local brevemente na Odisseia, mas alega que o mesmo seriam ilhas
localizadas no grande oceano, onde o juiz Radamanto as governaria. O
historiador grego Plutarco (46-120),
defende a ideia de que os Elísios seriam ilhas localizadas a oeste da costa
africana.
Em Os Cavaleiros do
Zodíaco: A Saga de Hades, os Campos Elísios ficariam em uma espécie de outra
"dimensão". Embora, que um dos caminhos para lá se chegar, se
encontra-se atrás de uma grande parede no Inferno. Na Divina Comédia, Dante não
chega a falar propriamente dos Elísios, mas faz menção ao local, fazendo alusão
ao encontro de Eneias com Anquises, descrito na Eneida.
Outro aspecto que marca
os campos é que um dos cinco rios infernais por ali passava. Nesse caso, o Rio Lete, o rio do esquecimento.
Dizia-se que após mil anos, a alma poderia reencarnar em outro corpo. Ao se
beber da água do Lete, a alma acabaria esquecendo sua vida passada. Na Divina
Comédia, o rio Lete não fica localizado no Inferno, mas sim na Montanha do Purgatório, onde as almas
que recebiam o perdão, bebiam-lhe da água, antes de poderem entrar no Céu. O
rio possuía a mesma função de fazer esquecer aquele a quem bebe-se de suas
águas.
Os Campos Elísios
posteriormente além de terem sido associados ao Paraíso, também chegaram a
serem comparados ao Jardim do Éden, ao jardim das delícias.
NOTA:
Os Crônidas, designação dada aos
filhos de Cronos e Reia eram: Hades, Poseidon, Hera, Deméter, Héstia e Zeus.
NOTA
2:
As Moiras, as deusas do destino eram: Átropos, Láquesis e Cloto.
NOTA
3:
As Erínias eram: Tísifone, Megera e Alecto.
NOTA
4:
Ambrosia é o nome de um doce feito à base de ovos, bem comum em Portugal,
Espanha e em alguns estados no Brasil, especialmente no interior desses.
NOTA
5:
Néctar é o nome pelo qual são chamadas as bebidas alcoólicas no jogo The Sims
3. Além disso, há também o doce ambrosia, o qual concede grande felicidade e
rejuvenesce o Sim em alguns dias de vida.
NOTA
6:
Ambrosia é o nome de uma família de plantas.
NOTA
7:
Existem muitas avenidas com o nome de Campos Elísios. Em Paris existe a famosa Champs-Élysées, a qual passa sob o Arco do Triunfo construído por Napoleão Bonaparte. Na cidade de São Paulo, além de existir uma avenida
com esse nome, também existe o bairro dos Campos
Elísios, fundado no século XVIII por ricos empresários e fazendeiros,
constituindo um bairro nobre na época.
Referências
Bibliográficas:
BULFINCH,
Thomas. O livro de ouro da mitologia:
histórias de deuses e heróis. Tradução de David Jardim, Rio de Janeiro, Ediouro,
2006.
VIRGÍLIO,
Públio. Eneida. Tradução de Manuel Odorico Mendes. São Paulo, Martin Claret,
2011.
ALIGHIERI,
Dante. Divina Comédia. Tradução de
J. P. Xavier Pinheiro, Rio de Janeiro, W. M. Jackson, 1964. (volume I).
HOMERO.
Odisseia. Tradução de Jaime Bruna.
Rio de Janeiro, Otto Pierre Editores, 1980.
HESÍODO.
Teogonia. Nitéroi, UFF, 1979.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 9, São
Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 12, São
Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 14, São
Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 16, São
Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 20, São
Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 21, São
Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 23, São
Paulo, Nova Cultural, 1998.
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