O Senhor dos Reis - Daniel capítulo 2
12:33
Daniel capítulo 2
TEMA: O
PODER DA ORAÇÃO E DA COMUNHÃO
INTRODUÇAO
O
capítulo 2 do livro de Daniel narra uma incrível história que ocorreu na
Babilônia. Trata-se do testemunho fiel de quatro jovens, que quando tudo
parecia perdido o Senhor os livrou com braço forte das investidas do mal. Esta
passagem nos ensina duas coisas valiosas. Ela nos ensina o poder da oração e o
poder da comunhão. Esta passagem também nos ensina que o testemunho fiel de um servo
gera frutos para Deus e conseqüentemente um exemplo vivo da graça de Deus. A
babilônia havia invadido e destruído Jerusalém, levando parte do povo de Deus
cativo e também os utensílios do templo de Deus.
Nesse contexto de apostasia,
mundanismo, infidelidade, desobediência e guerra é que Daniel cresceu. Foi
nesse tempo dramático que ele viveu a sua infância e adolescência. Seria ele
produto do meio? Seria ele um a mais a embrenhar-se nas sombras espessas do
pecado? E nós? Como ser uma pessoa fiel a Deus num tempo assim?
SERMÃO
Daniel
2.1-3: A
bíblia nos diz que no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, Deus dá uma
visão ao rei, um sonho. Este sonho perturbou o seu espírito e ele perdeu o sono.
Então o rei mandou chamar os magos, os astrólogos, os encantadores e os
caldeus, para que declarassem ao rei os seus sonhos.
Nós sabemos que Deus fala
conosco por vários meios; Deus se apresentou a Moisés por meio de uma sarça
ardente; Deus deu a revelação a Jacó de anjos que subiam e desciam uma escada
que fazia uma ponte entre o céu e a terra, num deserto. O anjo do Senhor
apareceu a José em sonho para lhe revelar que o Messias, o Filho gerado pelo
Espírito Santo, que salvaria o seu povo de seus pecados estava no ventre de Maria. A bíblia nos mostra Deus falando ao coração do homem de várias maneiras,
e declaro, com plena convicção de fé, que Deus fala aos nossos corações
através da Tua palavra.
Os magos, astrólogos,
encantadores e caldeus pediram a o rei que lhes revelasse o sonho para que eles
dessem a devida interpretação. Mas, Nabucodonosor era esperto, e disse que não
lhes revelaria o sonho, mas que eles deveriam descobrir o que o rei sonhou, e
logo em seguida que interpretassem. Com muito medo, os sábios que o rei chamou
pediram novamente para que o rei contasse o sonho para que pudessem
interpretar. Novamente, furioso, Nabucodonosor exigiu que eles descobrissem o
que ele havia sonhado, até que os sábios disseram: “Não há ninguém sobre a
terra que possa declarar a palavra ao rei; pois nenhum rei há, grande ou
dominador, que requeira coisas semelhantes de algum mago, ou astrólogo, ou
caldeu. Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa
declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne” (10,11).
Existe uma verdade e uma
correção a ser ressaltada na resposta dos sábios: A verdade, é que de fato ninguém há sobre a terra que possa
discernir o que é espiritual por si só. A pessoa pode estudar toda ciência
do mundo, mas como escreveu o apóstolo Paulo em 1ª Coríntios 2.14 “... O homem
natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente”, é
por isso que nos ajoelhamos perante o Pai, clamando pelo sangue de Jesus para
que o Espírito Santo nos dê o discernimento. Os sábios do rei disseram que só
os “deuses” podiam fazer o que Nabucodonosor lhes pediu, mas o que eles não
sabiam (e o que o mundo atual não sabe) é que desde a fundação do mundo até a
consumação existe só um Deus e um só Senhor, a saber Jesus Cristo o filho de
Deus.
Furioso Nabucodonosor emitiu um
decreto para que matassem todos os sábios, e buscaram a Daniel e seus
companheiros para que fossem mortos (já que faziam parte dos sábios da
babilônia). Então Daniel pediu ao rei que lhe desse tempo para que lhe pudesse
dar a interpretação do sonho.
Versículo
17: “Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso
a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros; 18 Para que
pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel
e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios da Babilônia”.
Temos aqui, duas atitudes
importantes a se fazer em um momento difícil. A primeira é que Daniel diante de tamanho problema não se fechou,
não se isolou, e nem fez como Nabucodonosor confiando em pessoas desde mundo
para resolve-lo. Daniel procurou seus irmãos, seus companheiros na fé para que
ajudassem na causa com suas orações. É assim que nós devemos proceder quando
estamos em apuros. Não há ninguém neste mundo que conhece melhor a sua causa do
que o próprio Deus; e é através da comunhão da igreja que Ele age
milagrosamente para o bem daqueles que o ama. Como disse o apóstolo Paulo: “Todas
as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Percebam, que ele não
diz “As melhores coisas”. Ele diz “Todas as coisas”, até mesmo as provações.
A
segunda atitude é que Daniel solicita a seus irmãos que pedissem
misericórdia ao Deus do céu. Certa feita, conversando com um colega de serviço,
ele me disse que tinha vergonha de orar quando fazia uma coisa errada, e não
orava. Daniel, inspirado pelo Espírito Santo acerta ao dizer para que seus
irmãos pedissem por misericórdia, eles haviam sido fiéis a Deus até aquele
momento, irrepreensíveis aos olhos humanos, e mesmo assim pediram por
misericórdia. Isso nos ensina que não devemos, em momento algum chegarmos a
Deus e pedir algum favor porque nós merecemos. Você pode se abster das coisas
deste mundo como Daniel fez, pode orar três ou mais vezes por dia como Daniel
orava, jejuar como Daniel jejuava e mesmo assim deve pedir uma benção a Deus
por misericórdia e pela Sua graça e não por nossos próprios méritos. Ai de nós
se recebêssemos de Deus àquilo que merecemos, a pior coisa que o homem pode
fazer é orar a Deus dizendo “Pai, me dê tudo que eu mereço”. Desde a queda do homem no éden o coração
humano nasce inclinado para praticar o mal, mas pela graça e misericórdia, Deus
enviou seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas
tenha a vida eterna, nos lavando em teu sangue, nos purificando de nossos
pecados e ainda nos adota como filhos para com Ele morarmos na eternidade. Ou
seja, peça a Deus pela sua misericórdia diariamente, Deus não pode ser colocado
contra a parede.
Versículo
19:
“Então foi
revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do
céu”.
Este versículo mostra, porque todos os dias, a igreja está
louvando e exaltando o nome do Senhor. A igreja glorifica porque é Deus quem
nos guarda, é Deus quem nos sustenta, é Deus quem nos livra das setas do
inimigo, é Deus quem enviou seu Filho amado para levar sobre si o juízo de
nossos pecados. É este Filho, Jesus, que nos purifica em teu sangue. Jesus é o
advogado que nos defenderá naquele grande dia, onde haverá fortes testemunhas
contra nós - nossas obras, omissões, nossos desejos e pensamentos. É por isso
que a igreja, assim como Daniel, louva ao Senhor com toda a sua força, e por
sua vez, anunciando Maranata o Senhor
Jesus vem!
Agora Daniel vai de encontro a
Nabucodonosor, e fala para o rei que “há um Deus no céu, o qual revela os
mistérios” (28). Em seguida, do
versículo 31 ao 45 é narrado o sonho do rei e a sua interpretação. Daniel diz
ao rei: “você sonhou com uma estátua, imensa, cujo esplendor era excelente que
estava em pé; e a sua aparência era terrível. A cabeça da estátua era de ouro,
o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e suas coxas de cobre; as
pernas de ferro; e os seus pés em parte de ferro e em parte de barro.” (32-33).
Em seguida a parte mais
importante da visão:
“Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão, a
qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o
barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras
do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a
pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra.” – Daniel 2.34,35.
Cada parte da estátua que o rei
viu, representava um reino, Deus estava lhe revelando o futuro da história do
mundo. Nabucodonosor era o cabeça de ouro, e em seguida se levantaria outro
reino poderoso e assim sucessivamente. No verso 37 Daniel revela ao rei, que
todo poder que ele tem, foi dado por Deus. Nabucodonosor foi uma vara usada por
Deus para corrigir seu povo; uma ferramenta de correção. Tudo fazia parte do
plano soberano de Deus, e Nabucodonosor precisava entender que ele era apenas
vara e não quem a manejava. Para entender isto, Deus precisou colocá-lo para
viver como um animal, junto aos animais do campo posteriormente.
As profecias de Daniel se
cumpriram, a Babilônia caiu sendo dominada pelos Medos e Persas, em seguida a
Grécia tomou o poder e depois Roma. Não irei me aprofundar agora nestes reinos
poderosos que Deus levantou, mas é oportuno dar a devida atenção a pedra, que
foi cortada sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua e a esmiuçou (35-36). Esta pedra é Jesus Cristo o nosso Senhor.
Mesmo, na dispensação do antigo testamento, Deus já revelara a vinda do Senhor
Jesus. A babilônia, que era o reino mais poderoso da época caiu, em seguida o
reino dos Medos e Persas, logo após a Grécia e Roma. Deus levantou todos estes
reinos poderosos com um propósito, e o plano final de Deus para o mundo, é que
venha o Rei dos reis, e Senhor dos senhores para buscar a sua igreja, e neste
dia não haverá lugar para nenhum poder que não seja o poder da glória de Cristo
com seu exército de anjos. Jesus voltará! Este deve ser o grito da igreja!
Para finalizar, o versículo 47 é
como a cereja que é colocada no final do bolo. O testemunho correto de um servo
de Deus sempre gera frutos. Daniel foi fiel a Deus em tudo, em seu momento de grande
aflição, ao invés de procurar os sábios do mundo procurou seus irmãos para
recorrerem juntos ao Deus do impossível. Saiba que a um coração contrito e
quebrantado o Senhor não desprezará. Como disse Jesus: “Todo o que o Pai me dá
virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6.37).
Assim
diz o versículo 47: “Respondeu o rei a Daniel: Em verdade, vosso
Deus é Deus dos deuses, o Senhor dos reis e revelador dos mistérios, pois
pudeste revelar este mistério.”.
Este é o nosso Deus. O Deus que
quando quer livrar seu servo de quaisquer perigo, o faz eficazmente. É o Deus
que revela mistérios, o Deus que conhece o passado o presente e o futuro. O
Deus sacrifica seu único filho para salvar pecadores e nos dá poder através do
Espírito Santo a cada dia, para sermos como Cristo e seguir os Teus caminhos. É
o Deus que faz até o homem mais poderoso do mundo se prostrar e confessar a Tua
glória. Este é o Deus que te convida a arrepender-se de seus pecados, morrer
para este mundo e viver em novidade de espírito. Louvado seja o Teu nome, para
todo o sempre, amém.
Julio Celestino
28/09/2015
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