Culto sem hora para acabar?

 



          Pela graça e misericórdia do Senhor Jesus Cristo, tive a chance de pregar a sua palavra por diversas e diversas vezes. Alguns irmãos brincavam comigo dizendo que eu demoro demais para terminar a oração, logo, eu nunca era solicitado para orar antes de uma refeição.

 

Brincadeiras à parte, sempre tive a preocupação de cumprir o horário das reuniões eclesiásticas, pois a igreja agrega pessoas de diferentes profissões e afazeres pessoais, por exemplo: um casal de feirantes que acordou às três horas da madrugada de domingo para preparar sua barraca de legumes na avenida central. Com muito zelo, passaram o dia trabalhando num calor e correram para a igreja com seus filhos ao anoitecer.

 

Ao lado do casal de feirantes, há um jovem solteiro que mora sozinho e trabalha em escala 12x36, ele é o pregador escalado da noite.

 

Ao lado do jovem pregador, há uma mãe solteira que, após um dia de trabalho, deixou seu casal de filhos com um parente, prometendo voltar para buscá-los em duas horas porque precisava buscar uma bênção na casa do Pai.

 

Para a surpresa de todos, na hora da Palavra, o jovem e descansado pregador resolveu seguir o exemplo de Esdras e Paulo naquela noite. Eu explico:

 

Um dia, um escriba chamado Esdras leu os cinco primeiros livros da Bíblia em praça pública desde o amanhecer até meio-dia (Ne 8.3). Dias depois, ele participou de um culto que teve seis horas de leitura da Palavra seguidas de seis horas de adoração, ou seja, doze horas de culto (Ne 9.3)!

 

Outro dia, o apóstolo Paulo pregou tanto que um jovem sentado na janela cochilou, caiu e morreu (já era meia-noite). Graças a Deus, a história não teve um final triste, pois o Espírito Santo ressuscitou o jovem através da fé de Paulo. Após o ocorrido, Paulo continuou pregando até amanhecer (At 20.7-11).

 

Diante dos exemplos de Esdras e Paulo, posso dizer que é válido estender um culto por tempo indeterminado? Creio que este comportamento não deve virar um costume por quatro motivos: 1) No tempo de Esdras e de Paulo, das duas uma: ou eles iniciaram o culto com hora de término determinada, ou não prometeram horário nenhum. Certamente, os irmãos presentes sabiam de antemão se o culto tinha horário para acabar ou não. 2) Quando falamos de Esdras (458 a.C.) e Paulo (10 d.C.), estamos remontando cenários com mais de dois mil anos. A organização das reuniões e a profissão/afazeres das pessoas eram completamente diferentes das de hoje. Um trabalhador assalariado com pais doentes em casa e filhos pequenos não conseguiria por muitas vezes participar de cultos de doze horas como o de Esdras ou ouvir uma pregação que começou num dia e terminou em outro, como a de Paulo.  3) Quando estabelecemos um horário de duração para o culto, isto se torna um compromisso com os membros e visitantes. Se convidarmos parentes e amigos para participar de cultos que deveriam acabar às 21:30, mas se estendem até meia-noite, não cumprimos com nossa palavra e quebramos o princípio da ordem (1Co 14.40). 4) Por uma questão de empatia com o próximo. Às vezes, eu sou um jovem solteiro que acordou meio-dia no domingo, mas meu irmão é o feirante que acordou de madrugada e foi trabalhar. Ninguém tem a vida igual a minha, eu não sei quais são as tarefas e dificuldades dos meus ouvintes num culto. Praticar a empatia pode ser uma forma de amor ao próximo (Mt 22.39).

 

Resumindo, há algum problema em cultos sem hora para acabar? Nenhum! Desde que os convidados saibam que naquela igreja é assim que se sucede. Caso contrário, creio que deva se cumprir o princípio da ordem (1Co 14.40). 

Livro: Eu, A Raiz Exposta do Pecado - Steve Gallagher

 


    No livro A Raiz Exposta do Pecado, Steve Gallagher se aprofunda no tema intrínseco do ser humano, e talvez, o principal dos pecados: o ego. No livro Amantes de si mesmos, Dave Hunt declara acertadamente que a ideia moderna de que devemos “nos amar mais” não é amparada pela bíblia. Na verdade, não há nenhum mandamento bíblico dizendo que devemos nos amar. O mandamento bíblico basilar sobre o amor está situado no evangelho segundo Mateus 22.37-39 que diz: “(...) Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Após uma atenciosa leitura da palavra de Deus, constatamos que não há mandamento para se amar, isso se dá pelo fato de que o ser humano naturalmente se ama. Até mesmo aqueles que intentaram contra a própria vida se amam, pois, a frustração de não ter a vida que gostariam os fazem desistir de viver.

 
Partindo deste pressuposto, o livro de Gallagher é dividido em três sessões: 1) O grande reino do Eu; 2) Os tipos de orgulho e 3) O reino da humildade. O objetivo da obra é expor o pecado que está enraizado na natureza de todo filho de Adão; pecado este que começou no céu com o querubim ungido e se propaga na terra como uma pandemia destruidora: o orgulho. De acordo com Steve Gallagher quase tudo em nossa cultura agrada ao ego ou o incita: entretenimento, propaganda, mídia, meio acadêmico, negócios e a vida em casa. Nestes tempos, tudo tem como foco a imagem e as realizações pessoais. Isso, por sua vez, gera uma pressão esmagadora para superarmos o nosso próximo - sendo mais inteligente, mais forte, mais capaz, mais atraente e mais rico. Em um ambiente que exalta e glorifica os feitos, a força e a beleza, as crianças aprendem rapidamente o quanto é bom ser enaltecido, assim como machuca ser criticado ou não notado. Elas são ensinadas a serem orgulhosas de si mesmas e de suas habilidades. Essa mentalidade é reforçada a cada estágio do desenvolvimento até a vida adulta.
 
“Quando uma pessoa se rende a determinado hábito pecaminoso, uma contaminação espiritual trabalha em sua constituição” - Gallagher
 
    Portanto, na sessão do grande reino do Eu, Gallagher expõe biblicamente como o mundo é dominado pelo orgulho excessivo e como isso tem destruído anjos, pessoas, ministérios e famílias inteiras. Na segunda sessão é mostrado vários tipos de orgulho que provavelmente, durante a leitura, nos identificamos com alguns deles. Eu, por exemplo, me identifiquei numa área defeituosa que nunca havia percebido antes, no momento que Gallagher fala sobre o orgulho inacessível, ou seja, pessoas que tem o coração inacessível: “não se trata de temperamento, mas, sim, do estado do coração. Em suma, esse indivíduo odeia ser corrigido de qualquer modo. Ele fica notavelmente tenso quando é alertado sobre áreas de sua vida que precisam de mudança. Esse indivíduo se isola tanto de relacionamentos quanto de situações em que possa receber críticas ou aconselhamentos. Ele geralmente o faz com sutileza, muitas vezes por meio de atitudes desagradáveis, voltadas para afastar os outros em primeiro lugar. Ele controla rigidamente o quanto outros podem se aproximar dele, bem como os assuntos da conversa”. Já na terceira sessão, Gallagher nos apresenta o reino da humildade, atributo gracioso que agrada a Deus. Com conselhos e dicas práticas, o livro nos ensina como vencer o pecado do orgulho que existe em nosso coração e buscar a excelência através da humildade de espírito e dependência total de Deus. Algo que muito tocou meu coração foi no tópico “servindo a si” quando ele conta a história de um homem que entrou no Pure Life Ministries (Ministérios Vida Pura) para o tratamento de seu pecado sexual, porém, mesmo depois de algum tempo e já ministrando a palavra de Deus, ele não conseguia abandonar o pecado sexual. Após uma conversa pessoal com Gallagher, o rapaz decidiu sair do Ministérios Vida Pura para “crescer sozinho” e alimentar seu ego; sem sucesso, infelizmente (ou felizmente). Então, citando Whatman Nee, Gallagher tocou meu coração ao reproduzir que ninguém está apto para trabalhar apenas porque aprendeu alguns ensinamentos. A questão básica permanece: que tipo de pessoa é esse homem? Pode aquele cujos mecanismos internos são errados, mas cujo ensinamento é correto, atender à demanda da igreja? A lição básica que devemos aprender é ser transformado em um vaso perfeito para o uso do Mestre. Isso só pode ser feito por meio do quebrantamento. Ler esse trecho do livro, além de me advertir profundamente, lembrei-me do que escreveu A. -D. Sertillanges em seu livro “A Vida Intelectual”, ao advertir o leitor sobre a necessidade de ser uma pessoa com moral trabalhada em virtudes, ou, no popular: viver o que se prega. De acordo com ele, não haveria coisa mais chocante em ver uma descoberta feita por um canalha? A candura de um homem simples ficaria ofendida com isso. Escandalizamo-nos com uma dissociação que ofende a harmonia humana. Não acreditamos nesses joalheiros que vendem pérolas e não as usam. Viver junto da fonte sublime sem participar de sua natureza moral soa como um paradoxo. Isso é uma clara demonstração de ortodoxia e ortopraxia, ou seja, doutrina e prática devem andar juntas.
 
    Eu, como consumidor dos livros do pastor Steve, posso afirmar que o livro é uma ótima ferramenta auxiliar na luta contra o pecado do orgulho e do egoísmo. Em alguns momentos pode ser cansativo ler quase trezentas páginas tratando do mesmo assunto, porém, creio ser necessário conhecer aquilo que combatemos. Eu recomendo com entusiasmo o livro: Eu; A Raiz Exposta do Pecado de Steve Gallagher.

 

A caminho de um governo Global

 

Luiz Philippe de Orleans e Bragança na Câmara dos Deputados em 2019

             Na introdução de seu livro “#antes que apaguem” o político e ativista Luiz Philippe de Orleans e Bragança escreve sobre o atual movimento em prol da censura no mundo pós guerra fria. Interessantíssimo foi ler acerca de sua cosmovisão, especificamente com relação a um movimento (ou vários) que tem por objetivo a criação de um governo global:

 

O quarto fator é a expansão das pautas de política de identidade e do globalismo. Ambas de origem em pensadores marxistas. Alguns exemplos? Os temas de política de identidade envolvem assuntos como gênero, status, origem, raça e as pautas globalistas tratam de tópicos como clima, imigração, saúde, uso de recursos naturais, emprego, industrialização, urbanismo e controle populacional”.

 

E conclui: “Na minha análise, o objetivo final das políticas de identidade, assim como o globalismo, é a criação de um governo global no controle dos meios de produção e de comportamento. No momento em que esta obra está sendo escrita, tanto a política de identidade quanto o globalismo seguem crescendo sem oposição estrutural, senão a de alguns movimentos e líderes nacionais”.

 

Quero compartilhar o que me fez achar esse trecho de seu livro deveras interessante. Bragança não é um cristão protestante e nem um estudioso das profecias bíblicas, é um autêntico católico, mas o que ele está vendo no Brasil e no mundo corrobora em número, gênero e grau com o que diz a profecia bíblica sobre o governo global que se levantará na terra através de Satanás e dois homens misteriosos, a saber, o falso profeta e o anticristo.

 

Diz a profecia que durante este período o anticristo e o falso profeta trarão paz à Terra (Dn 9.27), farão maravilhas em nosso meio (Ap 13.13) e serão louvados por todo mundo (Ap 13.8). No governo do Anticristo haverá um só poder econômico (Ap 13.16-17), todos serão marcados com uma identidade (sinal) com a finalidade de demonstrar pertencimento a determinado grupo (Ap 13.16). Quem ousar se levantar contra este governo, em palavras ou ações, será destruído e o povo “do bem” fará festa com a morte de quem não compartilha de seus ideais (Ap 11.7-10). Curioso não?

 

É importante destacar que isso não se trata de teoria da conspiração ou qualquer outra coisa fantasiosa e especulativa. Não sabemos quem será o anticristo, nem o falso profeta. Não sabemos se eles já nasceram. Fato é que um dia eles aparecerão no palco da história do mundo, quem quiser enxergar, já se pode perceber que o campo está sendo preparado para a chegada triunfal (e temporária) da trindade malígna.

 

Se a profecia bíblica fosse um filme de 2023, em seus minutos iniciais certamente estaria a seguinte frase congelada na tela: “Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência”.




Sobrevivendo no Inferno - Uma Reflexão Cristã

 



“Deus fez o mar, as árvores, as crianças, o amor. O homem me deu a favela, o crack, a trairagem, as armas, as bebidas, as prostitutas. Eu? Eu tenho uma bíblia velha, uma pistola automática e um sentimento de revolta. Eu estou tentando sobreviver no inferno.” - Mano Brown 

 

 

 

APRESENTAÇÃO

 

     O texto a seguir é uma breve reflexão da primeira faixa do disco Sobrevivendo no Inferno dos Racionais Mc’s através de uma cosmovisão cristã. Sua estrutura está dividida em cinco pontos: 1) Daquilo que Deus deu; 2) Daquilo que o homem deu; 3) Daquilo que eu tenho; 4) Da condição e 5) Considerações finais e verdades fundamentais. Os texto bíblicos utilizados são da tradução bíblica Almeida Corrigida Fiel. Boa leitura! Que Deus te abençoe!

 

 

1) DAQUILO QUE DEUS DEU.

 

     Essa introdução é a uma transcrição da faixa "Gênesis" contida no álbum “Sobrevivendo no Inferno” do grupo de rap nacional Racionais Mc’s, lançado em 1997. Boa parte das músicas do Racionais Mc's me fazem refletir sobre o conhecimento epistemológico incrível que é adquirido através da experiência de vida. Com a frase “fale o que quiser, o que é, é!” [1], Pedro Paulo Soares Pereira (Brown) acerta em cheio na questão de falar do que se conhece na prática. No início de um dos álbuns mais relevantes do grupo, Brown inseriu uma verdade que para muitos se tornou relativa, a saber: “no princípio criou Deus os céus e a terra”. Aqui ele confessa sua fé em um único Criador, que através da sua Palavra criou tudo aquilo que existe na natureza. Brown enumera quatro coisas de forma resumida para transmitir a mensagem de que tudo o que Deus criou é perfeito, justo e bom. O belo e imenso mar com toda sua variedade de vida; as árvores que geram o ar que respiramos. E o que dizer das crianças? É oportuno reproduzir o que Deus diz sobre elas: “... da boca dos pequeninos e das criancinhas de peito tiraste perfeito louvor” (Mt 21.16); “em verdade vos digo que, se não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrarão no reino dos céus” (Mt 18.3). No primeiro versículo, Jesus declarou que dos pequeninos e das crianças de peito se pode tirar o perfeito louvor. Este é um texto frequentemente lembrado ao ouvir o som de uma criança cantando louvores à Deus, porém, como podemos assimilar uma criança de peito ao perfeito louvor? As respostas dos teólogos podem ser variadas, porém, quero expor minha própria percepção sobre tal louvor. O salmo 19.1-6 nos ensina que a natureza louva ao Senhor. Assim como o culto da natureza, nada poderia ser mais natural que a união de um homem e uma mulher para gerar uma vida! O homem moderno está dotado de capacidade para criar coisas incríveis como computadores, smartphones, aeronaves, carros e mais uma infinidade de aparatos tecnológicos, ele, porém, com todo seu conhecimento e tecnologia é incapaz de criar uma vida humana, a não ser que esta seja gerada pelas normas preestabelecidas por Deus: a união entre homem e mulher. Em suma, a criança de peito é uma dádiva milagrosa de Deus para o homem; seu respirar despreocupado e dependente dos pais constitui-se naturalmente um perfeito louvor ao criador dos céus e da terra, pois somente Ele é capaz de conceder-nos este dom. De alguma forma, tão importante quanto o mar e as árvores, Brown cita as crianças como obra-prima de Deus. Por fim, ele cita o amor que Deus nos deu, afinal, "quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor" (1Jo 4.8). Paulo afirma em sua carta: "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria" (1Co 13.1,2). O amor é tudo! Feliz é quem ama! Disse o cantor Ozéias de Paula [2]. É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, cantou Renato Russo [3].  Seja norte ou sul, céu ou  terra, o amor permanece perfeito, belo, humilde e necessário. O amor de Deus é altruísta, capaz de entregar o bem mais precioso pela vida de outrem, e foi exatamente isso que ele fez há aproximadamente 2.000 anos atrás; "Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna" (Jo 3.16). Este mesmo Deus deixou um mandamento de amor para a coroa da sua criação, a saber: "amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo" (Lc 10.27). Com isto, concluo que pelo amor, Deus criou tudo perfeito para sua glória e nosso deleite, mas, nas palavras de Brown, o homem nos deu “outras” coisas.

 

 

2) DAQUILO QUE O HOMEM DEU.

 

     O homem me deu a favela. De 2015 a 2021, eu tive o privilégio de trabalhar na segurança patrimonial do aeroporto de Vitória/ES. Do pátio de manobras de aeronaves eu admirava uma paisagem que me trazia profunda reflexão. No lado esquerdo da paisagem havia um conglomerado de prédios que agregam bairros como Jardim Camburi, Praia do Canto, Jardim da Penha e praia Camburi; todos equipados com infraestrutura impecável. Do lado direito da paisagem, havia um outro conglomerado, porém, de morros que abrigam bairros de periféricos como São Benedito, Bairro da Penha, Bonfim, Consolação, Floresta e etc. Todos de infraestrutura precária. Era impressionante ver com os meus próprios olhos, todos os dias, durante seis anos, que numa mesma cidade que carrega “vitória” em seu nome  existem dois povos distintos, dois grupos com contextos completamente diferentes. A criança da favela, como eu fui, vive num modo específico de vida que as pequeninas de bairro nobre desconhecem. Ver políciais prendendo seus conhecidos de tempos em tempos é algo absolutamente normal para a criança periférica; ela também aprende que deve sair de casa com o documento no bolso para que facilite o trabalho da polícia caso seja abordada numa "batida" a caminho da padaria. Ouvir tiros, fogos dia e noite tornou-se algo comum; assim como era corriqueiro assistir a cena de uma concentração de pessoas do bairro em volta de um corpo ensanguentado no chão da rua. Isso acontecia porque periodicamente recebíamos a notícia: “mataram alguém ali na rua de baixo!”. Os moradores geralmente iam conferir se era um parente ou conhecido. Hoje a fatalidade permanece a mesma, porém, sabemos quem é “a bola da vez” através  das redes sociais. Tais características periféricas são amplamente desconhecidas da civilizada e refinada parte esquerda da paisagem. As crianças dessa parte da cidade estão sendo bem preparadas em seus sofisticados colégios particulares, cursos de inglês com intercâmbio, Ifood, Mclanche Feliz, passeios e viagens; rotina totalmente desconhecida dos pequenos periféricos. Toda essa comparação é para acentuar as características do ambiente chamado de favela, moradia que o homem nos deu, símbolo da desigualdade social urbana, "terra onde os meninos viram homem mais cedo", disse um MC [4].

 

O Crack. Atinge os ricos, mas, principalmente a periferia. Milhares de famílias sofrem com a presença de um parente viciado nesta droga. O dependente faz de tudo para saciar seu desejo de usá-la, neste caso, cabe a afirmativa de Edi Rock: “do que o ser humano é capaz, você não acredita” [5].

 

A trairagem. O inimigo oculto é mais perigoso do que o anunciado. A trairagem sempre vem de uma pessoa que você não espera, alguém que você conta como um dos teus; caso contrário, seria apenas um ataque inimigo. Numa guerra podemos ser atingidos de pelo menos três formas diferentes: pelo inimigo (diretamente), ser atingido por um ataque a esmo ou ser atacado por um aliado. De todos os ataques possíveis, sem dúvida, o mais dolorido para o corpo e  alma é o fogo amigo; essa espécie de ataque atinge profundamente as duas dimensões de nosso ser. Há muito tempo atrás, Davi, rei de Israel, experimentou essa dor quando registrou o Salmo 55.12-14 declarando: “Não é meu inimigo que me insulta; se fosse eu poderia suportar. Não são meus adversários que se levantam contra mim; deles eu poderia me esconder. Antes, é você, meu igual, meu companheiro e amigo chegado. Como era agradável a comunhão que desfrutávamos quando acompanhávamos a multidão à casa de Deus”. Até o homem mais importante que já pisou nesta terra desde sua fundação, também sofreu com o que a faixa chama vulgarmente de trairagem. Jesus Cristo aos trinta anos de idade iniciou seu ministério evangelístico, selecionando doze discípulos que após sua morte se tornaram apóstolos. O sucesso de Jesus fez com que os líderes religiosos de Israel tornassem teus vitais inimigos, tais homens procuraram matá-lo por diversas vezes, até que num dia fatídico, seu discípulo e tesoureiro, Judas Iscariotes, o vendeu para seus algozes por apenas 30 moedas de prata. Ao ter sua oração no Getsêmani interrompida abruptamente pelos soldados e sacerdotes que vieram prendê-lo, Jesus avista seu amigo entre seus inimigos: “E o que o traía tinha-lhes dado um sinal, dizendo: O que eu beijar é esse; prendei-o. E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi; e beijou-o. Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam.” (Mt 26.48-50). Após isto, você certamente conhece a história. Podemos concluir que nem Jesus, Davi, Brown, eu e você estamos livres e seguros da trairagem que, como diz a introdução, “o mundo nos deu”, não Deus.

 

As armas. Yin e Yang, segundo a filosofia chinesa, é o símbolo de duas energias opostas e complementares. De acordo com a introdução, as armas também nos são oferecidas pelo homem, e semelhante ao Yin e Yang, nelas há uma dualidade entre bem e mal. Trocando em miúdos, elas podem servir tanto para o bem (defender-se de uma injusta agressão) quanto para o mal, porém, em ambos os lados, seus usuários precisam recorrer à violência para atingir o fim desejado. Até nos tempos mais remotos do Brasil, quando essa terra fértil era chamada de Abia Yala, o mesmo arco e flecha que era usado para caçar o alimento da família também era utilizado para assassinar índios de tribos rivais em eventuais guerras. Continuo acreditando que elas podem ser usadas tanto para o bem quanto para o mal, porém, num mundo pós-iluminismo onde tudo (ou quase tudo) é relativo, resta-nos definir em particular interpretação aquilo que é bom e o que é mau, por exemplo, no inferno de Brown (periferia), muitos favelados portam suas armas seguindo avante em aventuras de um verdadeiro Grand Theft Auto Brazil, assaltando e cometendo latrocínio procurando saciar o desejo incontrolável da vaidade hedonista pensando estarem fazendo o bem; e isso não é apenas na visão própria dos sujeitos, mas também no conceito de alguns psicopatas de palanque canhoto-político com diploma acadêmico. A verdade é que não há verdade absoluta num mundo prostrado aos pés do relativismo moral, mesmo sabendo os honestos que tal sentença já se constitui naturalmente uma verdade quando proferida por seus defensores. Seja qual fors sua opinião, fato é que o bem e o mal existem e as armas também; como reza a introdução,  “o homem nos deu”, não Deus.

 

As bebidas. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a ingestão de bebidas alcoólicas é um fator de risco gravíssimo para o surgimento de vários tipos de doenças. Quanto maior é o tempo de consumo, mais chances o indivíduo tem de sofrer com câncer de boca, laringe, estômago, dentre outros. A bebida gera lesões no fígado e afeta o cérebro, além da mudança de comportamento [6]. Grande parte da população brasileira já sofreu ou tem conhecimento de pessoas que têm ou tiveram alguma experiência frustrante com o álcool agindo no seio da família. Brigas, abusos, separações, mágoas, assassinato, acidentes e etc. Mesmo diante desse cenário, vemos que é difícil resistir ao apelo midiático pró-álcool. Isso porque depois dos famosos e banidos comerciais de cigarros, os comerciais de cerveja são os mais populares e divertidos nos meios de mídia existentes. Um estudo realizado pela pediatria do Hospital Universitário da USP apontou que 60% dos adolescentes, na faixa dos 17 anos, já faz uso de bebidas alcoólicas. De acordo com a pesquisa, o consumo começa por volta dos 10 anos [7]. Outra informação importante foi divulgada pela Organização Mundial da Saúde: mais de 320 mil pessoas entre 15 e 29 anos morrem ao redor do mundo, anualmente, de causas relacionadas ao consumo de álcool [8].  A Palavra de Deus nos adverte que “o vinho é zombador e a bebida fermentada provoca brigas; não é sábio deixar-se dominar por eles” (Pv 20.1). Em outra passagem, o apóstolo Paulo adverte: “e não vos embriagueis com vinho em que há dissolução, mas, enchei-vos do Espírito.(Ef 5.18). Se embriagar-se com vinho causa tanta destruição para humanidade anualmente, imagine como seria se ao invés disso todos fossem cheios do Espírito Santo? É o desejo de Deus!

 

Mas, voltando à realidade, conforme disse Brown, o homem nos deu a bebida, produto da metáfora da vinha de Noé. Segundo a lenda contida no Midrash dos judeus, Noé plantou uma vinha e o diabo teria se aproveitado da situação matando quatro animais, um cordeiro, um leão, um porco e um macaco, derramando o sangue deles nas raízes da vinha. O efeito do álcool no nosso cérebro seria, segundo o Midrash, resultado disso. Um pouco de vinho nos deixa como um cordeiro: mais inocentes, mais dóceis, mais amistosos. Ao bebermos um pouco mais, nos sentimos fortes como um leão, mais audaciosos e orgulhosos. Se formos um pouco mais além da conta, agimos como porcos, rolando no chão. O exagero, em compensação, faz com que nos comportemos como macacos fazendo todo tipo macaquices sem nenhum juízo.

 

As prostitutas. Nas palavras de Edi Rock: “qual é a fita, a treta, a cena? A gente reza, foge e continua sempre com os mesmos problemas. Mulher e dinheiro tá sempre envolvido, vaidade ambição, munição pra criar inimigo” [9]. "Mulher e dinheiro, dinheiro e mulher, quanto mais você tem, muito mais você quer", diz Ice Blue em Estilo Cachorro.  

 

Se Jesus Cristo considerou o dinheiro um deus (Mamom), com certeza as prostitutas são suas sacerdotisas sacras. Homens notáveis, ricos e poderosos caíram em desgraça por entregarem-se de corpo e alma no altar da idolatria sexual. No livro de Números encontramos a história de que certa vez, numa campanha pela terra prometida (Canaã), o exército israelita encontrava-se acampado nas campinas de Moabe, além do Jordão, na altura de Jericó. Um homem chamado Balaque, rei dos Moabitas, com medo de ser destruído pelos israelitas, contratou um profeta chamado Balaão para amaldiçoar o povo de Israel a fim de que eles perdessem a benção de Deus sobre suas vidas e consequentemente as batalhas. Por três vezes Balaão tentou amaldiçoar Israel, porém de sua boca apenas saiam palavras de benção.  Vendo que era impossível amaldiçoar aquele povo, Balaão aconselhou Balaque a seduzir aqueles homens com mulheres sensuais e promíscuas; tiro certeiro que fez com que 24 mil soldados israelitas morressem de praga por terem se entregado no altar da idolatria sexual virando as costas para Deus (Nm 22-24). Mais de três mil anos se passaram e o cenário concernente a isto continua o mesmo, quem não conhece algum homem ou mulher que perdeu sua vida pelo mesmo motivos sexuais? É importante salientar que o termo original usado na faixa dos Racionais é “puta”, não significando essencialmente a profissional do sexo, mas, um modo antiquado e machista de rotular as mulheres que resolvem se comportar sexualmente como os homens de maneira geral sempre se comportaram: se eu quero, faço, para meu prazer. A palavra "puta" foi substituída por "prostituta" para não escandalizar os leitores de ouvidos sensíveis.

 

 

3) DAQUILO QUE EU TENHO.

 

Uma bíblia velha. Dentre tudo aquilo que Deus e o homem o deu, Brown afirma ter em sua posse uma bíblia velha. O que é a bíblia? Segundo o missionário  Eurico Berguistén (1913-1999), Deus ordenou a Moisés: “Escreve isto isto para memória num livro” (Êx 17.14). Essa mesma ordem foi repetida ao longo de 1.600 anos para cerca de 45 homens escolhidos por Deus, e assim surgiu “o livro do Senhor” (Is 34.16), a “Palavra de Deus” (Ef 6.17; Mc 7.13), as “Santas Escrituras” (Rm 1.2), que nós chamamos de bíblia [10]. Brown chama sua bíblia de velha pelo estado ou talvez, pelo tempo de aquisição, sobre isso, acertadamente Billy Graham afirma que a bíblia é mais atual do que o jornal de amanhã; D. L. Moody complementa dizendo que as Escrituras não foram dadas para aumentar nosso conhecimento, mas para mudar nossa vida; e Charles Spurgeon finaliza dizendo que a bíblia que cai em pedaços é de alguém que está inteiro. Nem tudo o que é novo é bom, há coisas que são como o vinho, quanto mais antigo, melhor. Sobre isto, a bíblia mostra sua utilidade em trazer paz e esperança para nossas vidas, ainda que seus escritos sejam milenares. A vida é efêmera diante da Palavra de Deus, seja o  livro velho ou não; o apóstolo Pedro registrou em sua carta: “Porque Toda a carne é como a erva, E toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; Mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada.” (1Pe 1.25,26).  Jesus Cristo também deixou bem claro que até mesmo os céus e a terra são perecíveis diante da eterna Palavra de Deus: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.” (Mt 24.35). Uma bíblia velha em mãos dispostas e humildes pode revolucionar o mundo inteiro com a chama da sua verdade eterna.

 

Uma pistola automática. De modo figurado, a Palavra de Deus é chamada de espada e escudo na bíblia, pois ela serve tanto para atacar quanto para se defender. Fato é que as armas e armaduras vindas de Deus são espirituais, porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef 6.12). Uma pistola automática assim como qualquer outra arma de fogo também pode ser usada tanto para atacar quanto para se defender, porém, ela jamais terá utilidade para salvar a alma de um pecador. Ela também é inútil na batalha contra os principados, potestades e contra o príncipe das trevas nos lugares celestiais. Contudo, Brown não estava vivendo especificamente nos lugares celestiais, na verdade, ele e seus pares estavam tentando “sobreviver no inferno”, sejam seus métodos de sobrevivência moralmente corretos ou não.

 

Um sentimento de revolta. A terceira faixa do álbum Sobrevivendo no Inferno (1997) nos faz entender um pouco sobre a origem deste sentimento de revolta quando afirma que 60% do jovens de periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial; a cada quatro pessoas mortas pela polícia três são negras; nas universidades brasileiras apenas 2% dos alunos são negros; a cada quatro horas um jovem negro morre violentamente em São Paulo; aqui quem fala é Primo Preto mais um sobrevivente (trecho da faixa Capítulo 4, Versículo 3 de Sobrevivendo no Inferno).

 

No livro Sobrevivendo no Inferno editado pela Companhia das Letras (2018) encontramos um fragmento do contexto no qual este sentimento de revolta se nutria: “Em 2 de outubro de 1992, São Paulo foi palco daquela que é considerada a mais violenta e brutal ação da história do sistema prisional brasileiro: o massacre do Carandiru, intervenção assassina da Polícia Militar do Estado de São Paulo que resultou na morte de pelo menos 111 detentos, a maioria composta de réus primarios, sem nenhuma chance de defesa. Exterminio puro e simples que até hoje não foi reconhecido pelo Estado quanto tal - documentos oficiais tratam o episódio como “rebelião” ou “motim” do pavilhão 9. Num intervalo de poucos meses, o país foi palco de outros dois massacres que chocaram o mundo. Em 23 de julho de 1993, quatro policiais militares dispararam contra cerca de cinquenta crianças e adolescentes em situação de rua que dormiam nas escadarias da igreja da Candelária, no Rio de Janeiro , deixando oito mortos e dezenas de feridos, num episódio que ficou conhecido como chacina da Candelária (...)”. A violência, o preconceito, a desigualdade social, o racismo dentre outras coisas injustas que a população periférica dos Brasil sofrem foi pivô deste sentimento de revolta.

 

 

4) DA CONDIÇÃO.

 

Eu estou tentando sobreviver no inferno. Sem muitas apresentações do inferno de Brown, o primeiro trecho da música “Minha Oração” do cantor de rap gospel, Pregador Luo, descreve de modo sucinto e condensado o inferno que milhares de brasileiros vivem até hoje:

 

“Uma boca em cada esquina, homens bêbados no bar

Periferia é assim em qualquer quebrada que se vá

Cenas, ruídos, sons bem conhecidos

Por todos que as habitam podem ser ouvidos

A noite é sinônimo de sigilo

Guarde segredo de tudo que você vê ou pode levar um tiro

Carros sendo desmanchados ou por pó trocados

Corpo baleado, de bruço no asfalto gelado

Sangue espalhado pra tudo que é lado

Noiado, caloteiro, traficante, dedo mole não perdoa

O gueto é assim, quem não é cabelo avoa

Morte à toa, o grito ecoa, errou na escolha

Partiu mais cedo, podia tá na boa

Tem muito pai morrendo sem ver seu filho crescer

Pra muitos por aqui não haverá amanhecer

Mas eu continuo orando pela salvação dos meus manos”

 

O cenário de Sobrevivendo no inferno é da década de 90, mas a triste realidade permanece, milhares de sobreviventes continuam na batalha pela vida.

 

 

5) CONSIDERAÇÕES FINAIS E VERDADES FUNDAMENTAIS

 

O álbum Sobrevivendo no Inferno certamente foi um marco na história do rap nacional, milhares de homens e mulheres de todas idades se identificaram com a realidade narrada pelos quatro jovens de São Paulo. Todos procuravam um lugar ao sol, assim como tentavam encontrar a fórmula mágica da paz. Com seu conhecimento empírico na maioria dos casos, os quatro jovens narraram aquilo que viam e viviam no inferno periférico. Em suas entrevistas, confessam ter errado em sentenças, letras e em muitas atitudes pessoais assim como todo ser humano. Entre erros e acertos, fato é que são um sucesso até hoje.

 

Por diversos motivos, a cosmovisão e o estilo de vida dos Racionais Mc’s não é um modelo cristão a ser seguido, por isso, ao invés de finalizar com possíveis verdades desses quatro jovens sensacionais, concluo apresentando sete verdades bíblicas fundamentais:

 

1. Tudo que Deus faz é justo, santo e bom. (Dt 32.4; Sl 33.5)

2. Tudo que o homem faz, bem ou mal, está manchado pelo pecado. (Gn 8.21; Rm 3.10-18)

3. A maldade que existe em nosso mundo é por causa do pecado. (Rm 6.23)

4. Não existe “fórmula mágica da paz”, apenas Jesus Cristo pode proporcionar ao homem a verdadeira paz e seu sangue vertido é o único meio de salvação do pecador. (Rm 4.8)

5. Apesar de vivermos em um mundo cheio de violência, injustiças e desigualdade, aqui não é o inferno. Tal lugar existe e sua condição é eterna, ele foi inicialmente preparado para Satanás e seus anjos. (Lc 16.19-31; Mt 25.41)

6. Nenhuma ideologia política pode trazer plena paz para a humanidade, isso acontecerá quando Jesus Cristo retornar em sua segunda vinda para estabelecer seu reino eterno. (Is 65.19-25)

7. A verdade existe, é divina e absoluta. (Jo 14.6)

 

 

Que Deus abençoe a todos os sobreviventes do nosso Brasil.

 


 

 

REFERÊNCIAS

 

[1] Estilo Cachorro, álbum: Nada como um dia após o outro dia, Racionais MC's.

[2] O Amor é Tudo, álbum: O amor é tudo, Ozéias de Paula

[3] Pais e Filhos, álbum: As Quatro Estações, Legião Urbana.

[4] Triunfo, álbum: Para quem já mordeu um cachorro por comida, até que eu cheguei longe, Emicida.

[5] Expresso da Meia-Noite, álbum: Nada como um Dia após o Outro Dia, Racionais MC’s

[6] https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/bebidas-alcoolicas < Acesso em 07/06/2022 >

[7] https://newslab.com.br/alcoolismo-estudo-mostra-que-60-dos-adolescentes-na-faixa-dos-17-anos-ja-consomem-alcool/#:~:text=Um%20estudo%20realizado%20pela%20Pediatria,uso%20ultrapassa%20uma%20dose%20di%C3%A1ria. < Acesso em 07/06/2022 >

[8] https://www.alcoolparamenoreseproibido.sp.gov.br/males-do-alcool/#:~:text=O%20uso%20abusivo%20do%20%C3%A1lcool,relacionadas%20ao%20consumo%20do%20%C3%A1lcool. < Acesso em 07/06/2022 >

[9] A vida é um desafio, álbum: Nada como um Dia após o Outro Dia, Racionais Mc's.

[10] Bergstén; Eurico, Teologia Sistemática, editora CPAD,  RJ. 1999: p.10.



Julio Celestino

8 de Junho de 2022, Vitória, Espírito Santo.

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