Romanos 2 - Falsos Moralistas e Judeus sob Julgamento
09:24
CAPÍTULO
2 – FALSOS MORALISTAS E JUDEUS SOB JULGAMENTO
O principal objetivo de Paulo no capítulo 1 é mostrar que os gentios são dignos de
condenação. No capítulo 2 ele se volta para os falsos moralistas e judeus, no
intuito de provar que tanto os judeus quanto os gentios foram encerrados
debaixo da desobediência.
Apontar erros dos outros não gera créditos com
Deus se eu praticar aquilo que condeno. Isto é viver hipocritamente, e o
julgamento de tais pessoas não são de acordo com a verdade. Ser exigente com os
outros e complacente com nós mesmo não nos faz escapar do julgamento de Deus
(1-3). Paulo segue afirmando que a graça de Deus nos é concedida para nos levar
ao arrependimento. Quem deseja a graça, mas uma graça que não leva ao
arrependimento, despreza a graça. (4)
Mas,
segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia
da ira e da manifestação do juízo de Deus (2.5)
É preciso fazer escolhas segundo a
vontade de Deus, perseverando em fazer o bem, mesmo que as circunstâncias façam
parecer que ser honesto não é lucrativo pois, a vida não se encerra com a
morte. Ou acumulamos e estocamos bons tesouros no céu, ou acumulamos a ira para
o dia do julgamento. (5-7)
Porque
todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a
lei pecaram, pela lei serão julgados. (2.12)
Segundo Romanos a salvação é pela
fé (1.16), mas o julgamento é pelas obras (2.6). Cada um será julgado segundo a
luz que lhe foi revelada. Os que pecaram sem lei perecerão sem lei, assim como
os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. (12)
No versículo 13 Paulo é enfático ao dizer que ser somente um
ouvinte da lei não poderá ser justificado por ela, mas aquele que cumpre a lei
serão justificados. Esta afirmação de Paulo é naturalmente hipotética, uma vez
que nenhuma carne é justificada pela lei (3.20).
O TRIBUNAL DO ESPÍRITO
SANTO NA CONSCIÊNCIA HUMANA – 2.14-16
Deus não só revelou sua glória aos
gentios através das coisas criadas, mas também instalou nas mentes humanas uma
espécie de tribunal onde a nossa consciência nos acusa quando ferimos a lei de
Deus ou nos defende proporcionando paz de espírito ao praticar a justiça. Por
isso nós sentimos quando praticamos o mal, mesmo sem antes alguém ter dito que
tal coisa era má. O versículo 16 me ensina o que costumeiramente me esqueço ao
longo dos dias: Chegará
o dia que Deus julgará os pensamentos secretos dos homens... Tudo que eu pensei, meus segredos mais ocultos
serão revelados, ou seja, exibidos abertamente perante Deus e eu, e o padrão de
justiça será o evangelho.
OS JUDEUS E A LEI: A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO
OS CRISTÃOS E O EVANGELHO: O VERDADEIRO BATISMO
17-29
ACERCA DA CONDUTA
Do versículo 17 a diante, Paulo
argumenta diretamente contra a posição dos judeus. Os judeus cometiam um erro
gravíssimo que era confiar na circuncisão e no fato de serem descendentes de
Abraão para a salvação. Eles achavam que pelo fato de serem descendentes de
Abraão e circuncidados eles já seriam automaticamente salvos. Além de ser um
equívoco, esta conduta resultava em soberba e sentimento de superioridade com
relação aos gentios.
Paulo
afirma que os judeus eram instruídos na lei e conheciam a vontade de Deus
(17,18). Eram completamente convencidos de que eles tinham a verdade e que eram
luz do mundo, instrutores de ignorantes e crianças (19,20). O problema dos
judeus não era ter conhecimento da verdade de Deus, muito menos ensinar as
escrituras para os ignorantes e para as crianças. O grande problema dos judeus
era o falso moralismo, ou seja, ensinar e pregar uma coisa que eles não viviam.
Diziam que não se deve roubar, mas roubavam; diziam que não se deve adulterar,
mas adulteravam; e outras coisas mais. Por esse motivo o nome de Deus era
blasfemado entre as nações.
Infelizmente
este problema continua; só que na igreja. Muitos que se dizem “cristãos” pregam
uma forma de vida que não condiz com sua conduta. Dizem que não se deve roubar,
mas não procura pagar as dívidas, dizem que são contra a idolatria, mas
idolatram homens, diz que se deve viver em santidade mas nadam na correnteza do
mundo.
Na
TV e nos jornais impressos, estrelas “evangélicas” mostram seu show em nome de
Deus, enganando, prostituindo o evangelho, ensinando heresias incalculáveis sem
viver a verdade da palavra de Deus que é a nossa ÚNICA regra de fé e prática.
Desta forma, assim como nos tempos do apóstolo, por
vossa causa o nome de Deus é blasfemado entre as nações (24).
ACERCA DA CIRCUNCISÃO E
BATISMO (25-29)
A partir do verso 25, Paulo ensina que
a circuncisão só é válida para quem pratica a lei de Deus. Esta passagem nos
ensina o real objetivo do batismo cristão através de um retrato do passado dos
judeus e o triste cenário dos irmãos que acreditam que pelo fato de serem
batizado e frequentarem a igreja estarão automaticamente salvos.
É
oportuno dizer que assim como havia circuncisão externa e circuncisão do
coração, hoje para a igreja existe o batismo nas águas e o batismo com o
Espírito Santo. O batismo nas águas é um sacramento exterior que representa a
regeneração. Se uma pessoa foi batizada nas águas, mas ainda não foi batizada
pelo Espírito Santo, o batismo nas águas só serviu para incluí-la na lista de
membros da congregação que ela reúne; porém, só com o batismo nas águas não
será apta para Deus incluir seu nome no livro da vida. Resumindo,
o batismo representa a regeneração, mas não é a regeneração. A bandeira do Brasil representa o
Brasil, mas ela não é o Brasil, e nem pode substituir o Brasil (25-27).
O capítulo 2 finaliza com a
afirmação do apóstolo: [...] judeu não é que o é
exteriormente, nem é circuncisão quem o é apenas no exterior. Mas judeu é quem
o é no interior, e circuncisão é a do coração, realizada pelo Espírito, não
pela letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.
Aplicando os dois últimos
versículos à igreja, ficaria mais ou menos assim: [...]
porque não é cristão quem o é exteriormente, nem é regenerado o que é batizado
apenas no exterior. Mas cristão é quem o é no interior, e batismo eficaz é do
Espírito Santo, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.
Em
suma, o batismo é um sacramento importante e indispensável, mas apenas o
rito não pode garantir a salvação de ninguém, a menos que aceite Jesus Cristo
como seu único e suficiente salvador, sendo batizado pelo Espírito Santo e
perseverando até o fim com o fruto do Espírito Santo citado em Gálatas 5. Não
cometamos o mesmo erro dos judeus.
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